Estão entrando em cena novas comprovações.
Elas que suportam mais ainda que as gorduras lácteas não estão associados a um maior risco de eventos cardiovasculares, nem mortalidade por todas as causas.
Assim como já sabemos da importância protetora do ômega 3 (C3:0) nestas condições, agora a ciência tem mostrado que o ácido pentadecanóico (C15:0), outro ácido graxo essencial que só se consegue com a alimentação, também tem um efeito importante.
Ou seja, cada vez fica mais claro que as gorduras saturadas de cadeia ímpar, como C3:0 e C15:0, são os grandes aliados da saúde, pois são metabolizadas em ácido propiônico, que suporta o metabolismo saudável e a produção de energia.
Já as outras gorduras saturadas de cadeia uniforme são metabolizadas em ácido acetoacético, indutoras de inflamação silenciosa ligadas a diabetes e doenças cardiovasculares, por exemplo.
Quanto mais altos os níveis dessas gorduras boas, maior é a proteção, que se confirma em diversos estudos como:
Em setembro de 2021, foi publicado na PLOS Medicine, uma avaliação consistente entre biomarcadores séricos de ingestão de gordura na dieta e a incidência de doenças cardiovasculares, aonde foi utilizado como referência a concentração do ácido pentadecanóico 15:0 (C15:0).
Outra meta análise com 17 estudos também confirmou os mesmos resultados positivos aonde a menor incidência de doenças era de maneira linear dependente da dose de gorduras lácteas 15:0 (C15:0). Ou seja, quanto maior a concentração dessas gorduras, menor o risco.
Mais publicações confirmam esses achados, concluindo ainda não haver risco de mortalidade por todas as causas relacionado à gordura láctea.
Ela também não está associada a maior risco de doença cardiovascular e nem mortalidade por todas as causas. Pelo contrário, uma das pesquisadoras afirma:
“Em uma meta-análise de 18 estudos observacionais, incluindo nosso novo estudo de coorte, níveis mais altos de 15:0 e 17:0 foram associados a menor risco de DCV. Nossas descobertas apoiam a necessidade de estudos clínicos e experimentais para elucidar a causalidade dessas relações e mecanismos biológicos relevantes”.
Portanto, o C15:0 realmente é o primeiro ácido graxo essencial descoberto desde que o ômega-3 entrou em cena há mais de 90 anos.
Potencial desses ácidos graxos essenciais associados
Sabemos da importância do ácido graxo essencial ômega 3 para a saúde por diversos motivos como:
- redutor de inflamação silenciosa
- melhora a função cerebral e o comportamento
- protege a saúde do coração
- reduz o risco de diabetes
- otimiza a construção muscular e a força óssea
- reduz a síndrome metabólica
E mais, as gorduras ômega-3 também são um preditor de mortalidade por todas as causas.
Numa comparação entre o C15:0 e o ácido eicosapentaenóico (EPA), que é “uma gordura ômega-3 líder”, publicada em maio de 2022 no PLOS|One, os pesquisadores comentaram:
“Em resumo, o C15:0 tinha atividades dependentes da dose e clinicamente relevantes em vários sistemas baseados em células humanas que eram mais amplos e seguros que o EPA, e as atividades do C15:0 eram paralelas a terapêuticas comuns para transtornos de humor, infecções microbianas e câncer. Esses estudos apoiam ainda mais o papel emergente do C15:0 como um ácido graxo essencial”.
Para obter o melhor resultado possível em termos de benefícios, lembre-se de dar preferência para manteiga oriunda de leite de animais criados a pasto. Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Best Life. June 25, 2022
- PLOS Medicine. 2021
- Journal of the History of Medicine and Allied Sciences. 2008;63(2)
- Nutrients, 2018;10(8)
- Circulation. 2015;132(22)
- Healio. December 31, 2020
- Arthritis Foundation, Fish Oil
- Cancer Research. November 15, 1991; Vol 51 Issue 22 Pages 6089-6093
- Progress in Lipid Research. 1997; 36(2-3):131-151
- Journal of Pediatrics. 2010; 157(3):395-400
- Acta Cardiologica. 2009; 64(3):321-327
- PLOS|One. 2022
- Dr. Wilson Rondó Jr. – Sinal Verde para a Carne Vermelha. Editora Gaia. 2011
- Dr. Wilson Rondó Jr. – Leite Cru: A verdade que vai mudar sua vida. Editora Gaia. 2019