Não é a gordura saturada da carne vermelha a responsável pela doença cardíaca

A gordura saturada encontrada principalmente na carne e nos laticínios tem sido regularmente avaliada por médicos e pela mídia. Mas, uma nova análise de estudos publicados não encontrou nenhuma correlação clara entre pessoas que consomem gordura saturada e o risco cardiovascular.

A demonização da gordura saturada começou em 1953 quando o doutor Ancel Key publicou um artigo comparando a ingestão de gordura e a mortalidade por doença cardíaca. Aí começava a expulsão equivocada da gordura saturada das dietas.

A ideia de que a gordura saturada é ruim para o coração se tornou tão impregnada na comunidade médica que ninguém questiona esse dogma.

Porém, as coisas estão mudando e, atualmente, muitos profissionais já conseguem entender que a grande vilã dessa história é na verdade a gordura trans encontrada em margarinas e óleos vegetais parcialmente hidrogenados.

Durante anos os pesquisadores têm falhado repetidamente ao achar qualquer associação entre gordura saturada e doença cardíaca, conforme o Dr. Keys havia pensado ter descoberto.

A última analise juntou 21 estudos que incluíam 348 mil pessoas e, mais uma vez, não encontrou correlação entre hábitos alimentares – consumindo muita ou pouca gordura saturada – com doença cardíaca.

Carboidratos são os causadores de obesidade e doença cardíaca, e a não gordura.

O que os estudos têm mostrado é que o risco de doença cardíaca aumenta na presença de açúcar e carboidratos refinados, como pastas e pães.

O consumo excessivo de carboidratos refinados leva a:

  • piora da resistência à insulina;
  • aumento dos triglicérides e LDL colesterol;
  • redução do HDL colesterol (bom colesterol).

Confundindo os fatos sobre gordura saturada

Parte da confusão científica ocorreu pelo fato de se interpretar que todas as gorduras saturadas são iguais, o que não é verdade. Existem dois tipos de gordura saturada: as boas e as ruins.

Nesses estudos não foram diferenciadas as gorduras saturadas (boas) com a gordura trans (ruim), pois se tivessem feito essa diferenciação os resultados não mostrariam essa associação gordura saturada x doença cardíaca.

Os diferentes tipos de gordura

Você pode a gordura em quatro grupos distintos:

1.    Gordura saturada – proveniente de animais e óleos tropicais (coco e palma);

2.    Gordura monoinsaturada – como óleo de oliva;

3.    Gordura poliinsaturada – como ácidos graxos ômega 6 e ômega 3;

4.    Gordura trans – como margarina e óleos parcialmente hidrogenado.

Fontes de gorduras saudáveis incluem

  • Óleo de oliva e olivas;
  • Óleo de coco e coco;
  • Castanhas como amêndoas e nozes
  • Óleo de palma;
  • Abacate;
  • Óleo de nozes não aquecido;
  • Carne de animal criado em pasto;
  • Ovos orgânicos (gema);
  • Manteiga produzida a partir de leite de vacas criadas em pasto.

Se a gordura saturada não tivesse nenhum valor, ou fosse maléfica para você, por que, então, o leite materno também não seria questionado? Afinal de contas, ele também possui essa gordura (ácidos butírico, caproíco, caprílico, láurico, mirístico, palmítico e esteárico). Fato é que ele é extremamente importante e suporte para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência das crianças. Viu só?

Gordura saturada é essencial! Entre os muitos benefícios que ela proporciona podemos citar:

  • componente principal da membrana celular;
  • combustível preferido do coração;
  • ação antiviral (ácido caprílico);
  • efetivo agente anticáries, antiplaca e antifúngico (ácido láurico);
  • reduz o colesterol (ácido esteárico e palmítico);
  • fornece fonte de energia na sua dieta;
  • produção hormonal;
  • permite a assimilação das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K;
  • permite a conversão de caroteno em vitamina A;
  • prevenção de câncer (ácido butírico).

Sendo assim, é melhor considerar dar uma chance à gordura saturada em sua dieta. Você só tem a ganhar!

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Referência bibliográfica:

  • American Journal of Clinical Nutrition.  Jan 13, 2010
  • American Journal of Clinical Nutrition.  91: 502-509; Jan 20, 2010
  • American Journal of Clinical Nutrition.  91(3): 535-46; Mar 2010.
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