Crises de depressão, ansiedade, irritabilidade, alucinações, mudanças cognitivas ou psicoses nem sempre sinalizam doença mental.
Se alguém te disser “isso é tudo é coisa da sua cabeça”, não aceite. O que quase sempre é diagnosticado como problema mental não passa de uma condição médica mascarada. A maioria dos psiquiatras diz que 99,99% das doenças mentais começam no cérebro, causadas por desequilíbrio na química cerebral. Isso é verdade, mas é importante saber que doenças mentais verdadeiras são poucas.
Mais de 100 doenças podem ser confundidas com problemas mentais por apresentam sintomas semelhantes. Daí a importância de um diagnóstico correto para não confundir esses sintomas com os que são apenas reflexo de outras deficiências. Erros no diagnóstico condenam 25%, ou mais, dos pacientes psiquiátricos a conviverem com laudos de comprometimento da saúde mental.
Condições especiais
Uma condição frequentemente ignorada, por exemplo, é a hiperatividade da glândula paratireóide, capaz de causar sintomas desse tipo. Tratar um adenoma de paratireóide como uma neurose compromete a vida. Lamentável, pois o desastre seria evitado com um simples teste sanguíneo.
O falso diagnóstico de doença mental também pode ocorrer por sintomas de carência de ferro, exaustão das glândulas adrenais, sensibilidade alimentar, deficiência de ômega 3 e baixo nível de magnésio.
Nervosismo, ansiedade, irritabilidade, exaustão, apatia, paranóia, ataque de pânico – todos são indicadores de problemas psiquiátricos. Qualquer médico sabe que esses sintomas também sinalizam uma tireóide hiperativa, que produz muito hormônio tireoidiano, aumentando o metabolismo e o ritmo cardíaco. Um exame de tireóide pode dizer se você se encaixa nesta categoria ou não.
Depressão à vista
Os mesmos sintomas podem indicar algo mais sério, como uma depressão, por exemplo; especialmente se você teve sua primeira crise após os 55 anos. Mas, estudos mostram que ao menos 1/3 das pessoas que desenvolvem depressão pela 1ª vez depois dos 55 anos estão, na verdade, sofrendo por mudanças em seus cérebros que podem ser causadas por hipertensão, diabetes e ataques cardíacos. Nesse caso, a depressão seria sua menor preocupação. Normalizar a pressão e controlar o nível de açúcar no sangue passa a ser prioritário. Ao conseguir isso, seu humor se estabiliza.
Pacientes medicados por meses ou anos sem conseguir nenhuma melhora provavelmente não têm nenhuma doença mental. A seguir, para determinar se a sua condição mental é médica ou não, responda a cada pergunta com SIM ou NÃO.
• Sua primeira crise de depressão foi depois dos 55 anos de idade?
• As mudanças na sua personalidade e humor foram rápidas?
• Apresentou mudanças significativas de peso, energia, apetite ou sono?
• Os antidepressivos básicos foram ineficazes?
• Teve alguma infecção recentemente?
• Sofreu alguma fratura ou trauma na cabeça?
Se você respondeu sim ao menos uma vez, você deve visitar seu médico para determinar se há alguma causa médica para a sua depressão.
Nada de pânico
Antes de aceitar o diagnóstico, conheça algumas possíveis razões médicas, e não mentais, que podem estar por trás dos problemas.
Depressão – Hipofunção da tireóide, ausência de vitamina D, B12 ou folato, diabetes, trauma na cabeça, distúrbio do sono, câncer ou medicações para câncer.
Ansiedade – Tireóide hiperativa, problemas respiratórios, pressão muito baixa, choque anafilático.
Irritabilidade – Lesão cerebral, epilepsia lobo temporal, doença de Alzheimer, infecção parasítica, mudanças hormonais.
Mudanças cognitivas – Lesão cerebral ou infecção, Alzheimer, Parkinson, falência hepática, intoxicação por mercúrio ou chumbo.