A procura por testes genéticos tem ficado cada vez mais popular, tanto é que atualmente um a cada 25 americanos usou desses testes para obter acesso aos seus genes, segundo relatório da MIT Technology.
Mas será que vale a pena?
Eu quero que entenda uma coisa. Há mais de 15 anos, quando ficou pronto o projeto genoma, a expectativa era que com isso muito ia se resolver em termos de saúde.
Porém, infelizmente nada disso aconteceu.
Por um lado, tornou-se uma oferta de soluções para sua vida, mas não é bem assim…
- Hoje, a epigenética mostra que 90% dos seus problemas futuros de saúde são por motivos ambientais e só 10% de origem genética.
- Doença crônica não é genética. Você foi levado a acreditar que a doença “corre na família”. Isso não é verdade. Genética determina a cor do seu cabelo, altura, sexo, etc. Não se você vai morrer de alguma doença pré-determinada no futuro.
- A doença crônica é causada por fatores ambientais. Não há nada que irá reduzir o risco de ser vítima de qualquer doença crônica (doença cardíaca, câncer, Alzheimer, diabetes, etc.) mais do que a alimentação correta e estilo de vida. Caso você NÃO faça a sua parte, certamente a influência genética tende a aumentar no seu caso por agressores inflamatórios e oxidativos no seu DNA.
- Se você tem controle desses fatores ambientais,é muito fácil evitar doenças, e, na maioria dos casos, reverter as doenças existentes.
Mas mesmo assim, muitas pessoas insistem no “me engana que eu gosto”…
Além disso, imagino que a sua curiosidade seja tamanha que você resolva fazer um teste desses.
Será que são precisos e confiáveis?
Estes testes genéticos de saúde são frequentemente criticados por fornecer informações fracas ou marginais sobre o risco de uma pessoa para condições comuns, como doenças cardíacas ou diabetes. Ou seja, muitos clientes recebem menos do que esperam.
Esses relatórios vêm repletos de advertências de advogado para “consultar seu médico”. Mas não é tão fácil quanto isso sugere.
A maioria dos médicos desconfia do teste direto ao consumidor, pois eles não são treinados ou pagos para avaliar relatórios genéticos complicados com os pacientes.
Além do mais, eles ficam desconfiados porque as informações raramente levam a tratamentos aprimorados.
Um artigo recente publicado no New York Time sugere que a cautela pode ser justificada.
Ele conta a história de um jovem que recebeu resultados de uma empresa, sugerindo que ele tinha um polimorfismo genético que praticamente garantia que ele desenvolveria o Alzheimer.
Obviamente, isso causou muita angústia e levou-o a pesquisar o que poderia fazer para mitigar seu risco.
Mas alguns meses depois, ele fez um teste de outro provedor mostrando que ele não tinha essa mutação! Não tendo certeza em qual dos testes genéticos acreditar, ele pediu a seu médico que pedisse um teste clínico para o gene, que novamente foi negativo. Você pode imaginar o alívio dele.
Então, isso é um alerta para aqueles que pretendem fazer testes genéticos.
Se algo significativo aparecer nos resultados, é melhor confirmar com testes clínicos, quando possível.
Essa história certamente não é a primeira e nem será a última. Você está preparado para lidar com isso?
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Referências bibliográficas: