Por cerca de 60 anos, as autoridades médicas nos fizeram acreditar que gordura saturada elevava o colesterol, causava doenças cardíacas, obesidade e até mal de Alzheimer. Nós, pobres mortais, deixamos de consumi-la esperando dias melhores. Mas as doenças continuam aumentando.
Algo deve estar errado…
Felizmente, esse já é um pensamento que caiu por terra, ao menos a nível científico, apesar de ainda ouvirmos informações ultrapassadas. A literatura médica atual é muito clara que esse pensamento não tem sentido e foi causador de perdas de muitas vidas sem necessidade nessas décadas passadas.
Com isso, já se começa a haver interesse em produtos que antes as pessoas evitavam a qualquer custo, mas que agora passam a ser algo possível na rotina alimentar.
Paralelamente, temos o Ghee (originário da cozinha indiana) que está cada vez mais popular. Então, por que não usarmos também o nosso “Ghee nacional”, a manteiga de garrafa?
Conhecendo a manteiga de garrafa
É uma variação da manteiga, que é obtida pelo cozimento do creme de leite bovino até que os líquidos se dissipem e os sólidos da nata se separem da gordura, depositando-se no fundo da panela.
Armazenada em garrafa de vidro, como próprio nome diz, deve ser consumida em até 2 meses.
Você pode usá-la como a manteiga, espalhando no pão, por exemplo, sendo também utilizada como um ingrediente de diversos pratos regionais. Apresenta sabor característico, levemente rançoso e aroma delicado.
Benefícios práticos do uso da manteiga de garrafa
- Não se deteriora rapidamente, podendo durar cerca de 2 meses na geladeira para aumentar a validade e evitar mofo.
- É livre de lactose do leite e da caseína (proteína do leite), facilmente digerível às pessoas sensíveis a lactose.
- Suporta temperaturas mais elevadas, pois os produtos sólidos do leite, inflamáveis, já foram removidos.
- Contém mais triglicérides de cadeia média, o que pode facilitar a digestão, melhorar a função mitocondrial e reduzir doença cardiovascular, diabetes, câncer, doenças auto-imunes, aterosclerose e epilepsia.
Seu consumo reduz triglicérides e eleva o HDL colesterol. - Tem maior concentração de ácido butírico (ácido graxo saturado) do que a manteiga, o que promove maior proteção imunológica e ação anti-inflamatória, podendo ser excelente no caso da Síndrome do Cólon Irritável.
Manteiga de garrafa de vaca a pasto X Manteiga de garrafa de vaca confinada
Para produzir a manteiga de garrafa, o ideal é que se use manteiga sem sal, feita de leite de vacas criadas a pasto. Melhor ainda se for originária de vacas que produzem o leite A2 (entenda porque clicando aqui).
Com o uso do leite cru e de vacas a pasto se terá melhor nível nutricional e menor risco de contaminação por hormônios de crescimento, antibióticos e patógenos comuns às operações de confinamento.
Quando se usa manteiga de vaca criada confinada, alimentada com grãos, como milho e soja, transgênicos, haverá uma má digestão desses elementos pelas vacas, pois os grãos comprometem a ecologia intestinal, induzindo a doenças e comprometendo a composição nutricional da carne e do leite.
Preparando sua própria manteiga de garrafa
É simples e pratico:
1ª Usar manteiga sem sal, de preferência crua (não pasteurizada), de gado a pasto e se possível originária de leite A2
2ª Coloque um pote de 500 g de manteiga em uma panela, derreter lentamente a manteiga sem sal em fogo baixo.
3ª Quando começar a ferver vigorosamente, reduza o fogo e comece a retirar a espuma branca que borbulha à superfície, inclinando a panela se necessário.
4ª. Continue cozinhando em fogo brando até que sobre somente o líquido claro, cor de mel.
5ª Desligue o fogo, deixe esfriar um pouco, por cerca de 30 minutos, e na sequência retire as impurezas e resíduos da manteiga, despejando-a através de uma gase em um frasco que possa ser tampado hermeticamente.
Pronto! Agora é só aproveitar todos os benefícios da manteiga de garrafa para a sua saúde!
Referências bibliográficas:
- Time. January 25, 2017
- Authority Nutrition. 2012-2017
- J Acad Nutr Diet. February; 2015 115(2):249-63
- American Journal of Clinical Nutrition. 2004
- Am J Clin Nutr. May 2007; 85(5):1203-11
- ARYA Atheroscler. November 2013; 9(6):363-71
- Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2001, vol. 21, n.3.
- Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2003, vol. 23, n.3.
- Fonte: funcionalkitchen