Com o processo de envelhecimento, passamos a ter um aumento de células danificadas e que perdem suas funções. É importante que você tenha consciência de estimular o seu sistema de desintoxicação, para que assim, revitalize as suas células. O modo mais eficiente é através do jejum prolongado, aonde você estimula um processo chamado “autofagia”.
Isso nada mais é do que “autocanibalização” celular, aonde seu corpo promove uma limpeza de estruturas celulares defeituosas, que nessas condições induzem a doenças. Com isso se alcança também efeitos numa área da ciência que é o grande futuro da medicina…
Eu estou me referindo às células-tronco!
Elas agem regenerando as suas células após o processo de autofagia, aonde são eliminadas agregados proteicos e organelas danificadas. Além disso, promovem degradação de mitocôndrias danificadas e redução da produção de radicais livres.
Conforme envelhecemos, nossas células-tronco entram em um processo de senescência, aonde perdem a capacidade regenerativa. Como consequência, torna-se mais difícil a recuperação de doenças, traumas, infecções e inflamações.
Porém, fazendo-se jejum conforme você verá abaixo, ocorre recuperação da função regenerativa das células tronco, motivada pela geração de energia às custas de gorduras em vez de glicose.
Veja o que os estudos mostram:
- Longevidade aumentada
- Melhoras as condições metabólicas e neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson
- Pode reverter o diabetes e regenerar seu pâncreas, restaurando a secreção de insulina e a homeostase da glicose no diabetes Tipo 1 e Tipo 2.
- Reduz risco de doença cardíaca em 77%.
- Redução de hipertensão arterial em 90% em três semanas.
- Melhora a recuperação de doenças infecciosas
- Reversão completa de diabetes em camundongos após seis semanas.
- Redução de proteína plasmática carbonila em pacientes com câncer, em 73,3%.
- Reduz inflamação em pacientes com artrite.
Estratégias para ativar a autofagia e regeneração de célula-tronco
– Jejum prolongado cíclico – Para se ter o resultado de proteção celular e mitocondrial, é necessário pelo menos 16 horas ou mais de jejum. Porém, esse processo ativador de autofagia não pode permanecer continuamente ativado, ou seja, o tempo todo.
É necessário que se permita as células se reconstruam e rejuvenesçam, o que ocorre durante a fase de realimentação, razão pela qual o jejum cíclico e a alimentação são tão importantes.
Porém, se você estiver em tratamento com alguma medicação, precisará trabalhar com seu médico para garantir a segurança, pois alguns medicamentos precisam ser tomados com alimentos e / ou podem se tornar tóxicos quando a química do seu corpo se normalizar.
Aqueles que tomam medicação hipoglicemiante ou anti-hipertensiva estão particularmente em risco, pois podem acabar em uma overdose.
Mantenha os suplementos nutricionais nos intervalos fora do jejum. Não esqueça de usar um sal de alta qualidade.
Certas condições de saúde também podem precisar de supervisão médica mais rigorosa para garantir a segurança ao jejuar. Para saber mais sobre esse programa, veja o meu E-book – Jejum prolongado ou assista ao vídeo do meu canal do Youtube onde explico tudo.
– Treino supra aeróbico. Um tipo de HIIT, de 20 minutos 3 vezes por semana em dias alternados. Veja aqui como fazer.
– Suplementos potencializadores de proteína quinase ativada por monofosfato de adenosina (AMPK) – provocando assim a biogénese mitocondrial por mitofagia: pirroloquinolina quinona (PQQ) e a berberina.
Genes ativadores do processo de autofagia celular:
Ação geroprotetora:
– Espermidina: uma poliamina tanto formada no organismo como presente em alimentos (de origem animal). Seus níveis caem acentuadamente com a idade, comprometendo a longevidade celular.
Reduz a resposta inflamatória modulando as citoquinas e contribui para regular a pressão arterial e a rigidez do aparelho circulatório (aumenta a elasticidade arterial).
Ativa a mitocondriogênese, com reflexos positivos sobre a função cerebral, aprendizado e otimização das transmissões sinápticas. Os estudos sugerem a suplementação de 50 mg / dia.
– Buteína: flavanoide influenciador da epigenética, aumentando a expressão da telomerase (ligada a à longevidade), da glutathiona e do fator nuclear Nrf2, importantes para a expressão das enzimas antioxidantes. Regula a apoptose e favorece o ciclo celular. Os estudos sugerem a suplementação de 50 mg / dia.
– Miricetina: flavanoide encontrado em frutas e vegetais, com funções biológicas. Talvez a mais importante seja sua capacidade de quelar o ferro em excesso no citoplasma, evitando o acúmulo do pior radical livre, a hidroxila que acelera o envelhecimento. Os estudos sugerem a suplementação de 50 mg / dia.
Portanto, se você quer viver por mais tempo e com saúde, considere os poderosos efeitos da autofagia. Aproveite as dicas e Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Am J Cardiol. 2008 October 1
- J Manipulative Physiol Ther. 2001 Jun
- The Conversation. August 21, 2017
- J Cell. Mol. Med. 2007
- Lancet. 1991 Oct 12;338(8772):899-902
- Br J Pharmacol. 2019 May
- Toxicol Appl Pharmacol. 2019 Jan.
- Kim GD. J Cancer Prev. 2017 Dec
- www.drrondo.com/veja-o-que-a-autofagia-pode-fazer-pela-sua-saude/
- www.drrondo.com/autofagia/