Para o controle da doença ter sucesso, o tratamento deve começar antes dos 20 anos de idade.
Nos Estados Unidos, os índices atuais de intolerância ao glúten aumentaram cerca de 4 vezes, comparados a uma avaliação de amostras de sangue de recrutas da Força Aérea Americana feita em 1950. Acredito que ocrescimento se relacione à dieta moderna rica em carboidratos provenientes de grãos e pelo fato de que a proteína de glúten aumentou muito no trigo híbrido, amplamente usado em inúmeros produtos. Como nossa alimentação segue de perto os hábitos americanos, essa intolerância também pode estar crescendo no Brasil.
As lesões se multiplicam
A doença celíaca, como é chamada a intolerância ao glúten, ocorre em pessoas que não conseguem digerir essa proteína encontrada principalmente no trigo. Não digerido, o glúten estimula o sistema imune a atacar a mucosa intestinal que, com o tempo, passa a apresentar lesões, tornando-se menos eficiente em absorver e metabolizar nutrientes. Os sintomas da doença celíaca são diarréia, constipação, dores abdominais e náusea. Muito comuns, podem sugerir diversas outras doenças. E é aí que mora o perigo. Costuma-se perder tempo pesquisando outras causas.
Tempo é fundamental
Um diagnóstico tardio abre espaço para casos de osteoporose, câncer, doenças neurológicas e autoimunes – nos indivíduos que começam a se tratar com mais de 20 anos, a possibilidade de desenvolver uma doença autoimune cresce de 3,5% para 34%. Nenhum paciente deveria chegar a esse ponto, já que um simples exame de sangue pode detectar o problema e o tratamento consiste apenas em eliminar o glúten da alimentação. Ao apresentar os sintomas, procure logo seu médico e peça um exame específico. Se os exames apontarem a doença, fique atento: alguns alimentos processados contêm glúten, mas a palavra não é citada. Aparece como malte, proteína vegetal hidrolizada ou texturizada, sabores naturais etc.