Pelo menos nos últimos 30 anos, temos apresentado uma crescente deficiência de cobre, causada pelas práticas modernas de fertilização das plantações.
Houve uma mudança de princípios criada pelo homem, na qual se retirou o cobre e/ou comprometem a disponibilização do cobre no preparo, adubação e fertilização das áreas preparadas para as plantações.
Consideram o cobre desnecessário na formulação desses produtos de preparo do solo.
Consequentemente estamos vivendo cada vez mais com pessoas apresentando excesso de ferro, por comprometimento da reciclagem desse metal.
Comprometimento da reciclagem do ferro
Acredita-se que a deficiência de ferro é comum, algo que na verdade é raro.
Vemos com frequência um entendimento que gera um diagnóstico inadequado rotulando-se quase tudo à deficiência de ferro.
Com isso, na verdade acabam acentuando o excesso de ferro intracelular, pois é comum suplementarem o ferro, tanto via oral como injetável.
O problema é não entenderem que a deficiência de cobre impede a reciclagem do ferro corretamente.
De acordo com o pesquisador Morley Robbins,
“Temos o mito da deficiência de ferro. Temos o mito de que o ferro se regula sozinho. Não o faz. Ele é totalmente dependente do cobre. Quando você entra na pesquisa realmente profunda, você vai descobrir que o cobre é o General, o ferro é o soldado de infantaria”
Deficiência de cobre
– O desequilíbrio causado pela deficiência de cobre faz com que fique comprometido o uso do ferro das células de glóbulos vermelhos velhos, que morrem com 120 dias.
Isso faz com que o organismo seja obrigado a contar com o ferro estocado em outros tecidos, causando excesso de ferro em certos tecidos.
– Concomitante, o ferro se torna indisponível aonde ele é necessário, como no transporte de oxigênio.
Assim haverá excesso de ferro e disfunção mitocondrial
– Diversos genes não funcionam corretamente:
a) a aldolase redutase-1, que ajuda degradar açúcares, como glicose e frutose não funciona
b) comprometimento da produção de glutationa peroxidase, a principal enzima antioxidante do nosso corpo
– Deficiência de cobre afeta a produção de transferrina (proteína que transporta ferro através do corpo).
Como consequência, o ferro fica preso em determinadas células, não havendo a sua distribuição conforme necessário, apesar do exame de sangue mostrar níveis normais do mesmo.
Robbins explica:
“Quando as pessoas são informadas de que têm pouco ferro no sangue, o médico não sabe que o ferro está alto no tecido, e então eles dão mais ferro, e o que o ferro vai fazer? Ele vai encontrar seu caminho para a célula, e então ele vai encontrar seu caminho para a mitocôndria, e então, há esse colapso na produção de energia”
Cobre e função mitocondrial
Para o correto funcionamento da mitocôndria, é necessário que a ceruloplasmina, uma proteína que transporta cobre esteja agindo eficientemente.
Cada mitocôndria precisa de cerca de 50.000 átomos de cobre para funcionar.
O transporte de elétrons dentro da mitocôndria precisa de cobre, sem o qual o ferro fica retido na célula.
Com isso, haverá comprometimento de produção de energia e aumento de estresse oxidativo.
Correção de deficiência de cobre
É necessário a ingesta de cobre no alimento e/ou como suplemento.
Alimentos ricos em cobre:
– Fígado de animal criado à pasto
– Ostras
– Camarão
– Acerola
Caso não esteja ingerindo esses alimentos de forma satisfatória, aconselha-se a suplementação com bisglicinato de cobre.
E como está havendo uma inadequada reciclagem do ferro, aconselha-se:
- Flebotomia terapêutica, com subsequente suplementação de cobre e minerais e microelementos que participam do processo, evitam o estresse oxidativo e melhoram a reciclagem do ferro
- Doação de sangue, porém nestes casos, não corrige a reciclagem do ferro, só alivia a pressão oxidativa.
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Referências bibliográficas:
– Front. Aging Neurosci., 02 March 2021, Volume 13
– Front. Mol. Neurosci., 05 December 2024, Sec. Molecular Signalling and Pathways, Volume 17 – 2024