O hormônio DHEA costuma ser rotulado como a fonte da juventude. Será que ele merece esse título? Hoje vou falar um pouco sobre ele e tiraremos essa dúvida!
O DHEA é um hormônio produzido pela glândula adrenal e cérebro. Nosso corpo produz DHEA em quantidades variadas conforme a faixa etária, sendo que nos primeiros anos de vida até a puberdade a sua concentração é pequena. Após isso, seu nível se eleva, atingindo o seu pico na faixa entre 20 e 40 anos. A produção declina na medida em que a idade avança.
Atualmente, os estudos mostram uma correlação do DHEA com o processo de envelhecimento, sendo que a sua suplementação (caso necessária) pode ter significantes efeitos antienvelhecimento. Alguns desses efeitos são:
- combate da depressão;
- redução do depósito de gordura;
- aumento do tônus muscular;
- melhora na função da tireoide;
- melhora no humor;
- combate ao câncer.
Por outro lado, baixos valores de DHEA estão associados com:
- declínio cognitivo;
- osteoporose;
- libido baixa;
- artrite reumatoide;
- inflamação crônica;
- diabetes – complicações;
- queda imunológica;
- aumento do risco de câncer.
O precursor do DHEA é o Sulfato de DHEA (DHEAS), usado na produção de outros hormônios vitais, como a testosterona por homens e o estrógeno pelas mulheres.
Relação cortisol – DHEA
A glândula adrenal, além de produzir o DHEA, produz o cortisol (hormônio do estresse). Com competição direta entre esses dois hormônios, ou seja, quando há muita produção de cortisol, especialmente em situações de estresse prolongado, há redução da produção de DHEA. Esse é um grande problema! A pessoa se sente exausta, perde de tônus muscular e aumenta o depósito de gorduras. Além disso, ocorre supressão de hormônio em geral, inflamação, queda imunológica, envelhecimento acelerado, acne, queda de cabelo, insônia e aumento de risco de câncer. Essas são condições nas quais é indicada a suplementação com DHEA.
Suplementação de DHEA
Além da estória clínica, o ideal é que se faça um teste sanguíneo ou de urina de 24h para DHEA. A suplementação deve ser feita na dosagem correta, que é diferente entre homens e mulheres, para que não haja consequências desfavoráveis, como inibição de produção de DHEA pela glândula adrenal. Portanto, a suplementação deve ser feita por períodos intercalados. Um exemplo seria suplementar mês sim, mês não.
A dosagem preconizada é de 10 a 25 mg/dia, sendo a menor para mulheres e a maior para homens. A suplementação deve sempre ser feita pela manhã, pois essa é a hora em que fisiologicamente o corpo produz o hormônio, que é excretado no final do dia. Assim como todos os outros hormônios, o ideal seria que se fizesse a suplementação de modo transdérmico, pois quando é feita por via oral sempre há perdas por metabolização hepática, aproveitando-se apenas cerca de 20%.
Então, se você está passando por exaustão física, estresse crônico, sem sensação de bem estar, ganho de peso, redução de libido, sono ruim, perda de massa muscular, humor alterado, com difícil recuperação por exercício ou estresse e quer também melhorar a sua performance física, pense na suplementação com DHEA.
Mas, atenção! Antes, não deixe de fazer exames para checar se o hormônio pode lhe ajudar. Converse com o seu médico para determinar se esse é o seu caso!
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Referências bibliográficas:
- Alter Med Rev. 1996; 1(2):60-9
- N Engl J Med September 30, 1999;341:1013-1020,1073-1074
- Journal of Clinical Endocrinol and Metabolism, 1996;81(9):3147-3151
- Family Practice News, March 1, 1998;17.
- Emergency Medicine, August, 1998;137-138
- Ann NY Acad Sci, 1995;774:128-142.