É empolgante ver novas e surpreendentes descobertas sobre Alzheimer mostrando muitas evidências de que se trata de uma doença de deficiência nutricional.
Vamos entender o que aconteceu…
Infelizmente, muitos ainda estão presos na crença do século XX, quando se acreditava que o colesterol alto pudesse causar doenças cardíacas e que a solução para a cura era manter uma dieta com baixíssimo teor de gordura.
Além disso, nos últimos 70 anos, nos tornamos gordurofóbicos e passamos a gastar bilhões em estatinas que reduzem o colesterol…
E o que conseguimos?
Simplesmente ver as doenças cardiovasculares dispararem como a causa número 1 de morte!
E junto, aumentou também assustadoramente a doença de Alzheimer, obesidade, diabetes e câncer.
Mas, enfim, as pesquisas vêm comprovando que, na verdade, o colesterol baixo praticamente duplica o número de ataques cardíacos em comparação com indivíduos de colesterol alto.
Ou seja, enquanto massacram o colesterol, ele na verdade é um componente fundamental para a boa saúde. E o que se vê em relação aos níveis muito baixos são consequências sérias para sua saúde.
O colesterol é seu amigo e não seu inimigo. Sem ele não estaríamos nem vivos. Além de estar presente na corrente sanguínea, também está em todas as células do seu corpo.
É fundamental para a produção de membranas celulares, virtualmente todos os hormônios esteroides, vitamina D e ácidos biliares que ajudam a digerir a gordura.
Colesterol, gorduras e Alzheimer
Cerca de 25% de todo o colesterol presente em seu corpo está no cérebro. Apesar da crença popular, os níveis mais elevados de colesterol estão associados a uma melhor função neurológica e cerebral, memória mais afiada e menor risco de depressão e suicídio.
A pesquisadora sênior Stephanie Seneff, Ph.D., mostra em seu estudo publicado em 2009 que o colesterol baixo e a pouca ingesta de gorduras são fatores importantes no processo da doença de Alzheimer.
E que os pacientes com Alzheimer têm apenas 1/6 da concentração de ácidos graxos livres no líquido cefalorraquidiano em comparação com indivíduos sem Alzheimer.
Com o colesterol reduzido a nível cerebral, haverá comprometimento do transporte de informações através dos nervos e da própria bainha de mielina, piorando a saúde cerebral.
Em 2008, publicação no American Journal Geriatric Psychiatry observou que indivíduos idosos que não eram geneticamente predispostos à doença de Alzheimer e que tinham os níveis mais altos de colesterol (incluindo os níveis mais altos de LDL) tinham melhor memória.
Em outra publicação, em 2018, se observou o mesmo resultado. Os pesquisadores avaliaram os níveis de colesterol total dos participantes do Framingham Heart Study, entre 40 e 85 anos de idade, aonde o colesterol elevado mostrava um menor risco de declínio cognitivo.
Mais um indício em relação ao colesterol baixo e indução de doença de Alzheimer foi publicado no JAMA Neurology, em 2014. Nesse estudo, investigou-se o impacto dos níveis de colesterol na deposição da placa beta-amiloide nos cérebros de 74 idosos com média de idade de 78 anos, e observou-se o seu papel patogênico na doença de Alzheimer:
- O colesterol age na síntese, deposição e depuração de β-amilóide (Aβ).
- Há uma correlação entre a apolipoproteína E ( APOE), β-amilóide (Aβ) e colesterol.
- A APOE é o principal transportador de colesterol no cérebro e suas isoformas modulam diferencialmente os níveis de colesterol no cérebro.
ApoE-4, um alelo particular da apolipoproteína apoE, é um fator de risco bem conhecido, pois a apoE desempenha um papel crítico no transporte de colesterol e gorduras para o cérebro. Além disso, o alelo ApoE-4 está associado à deposição mais precoce e maior de β-amilóide (Aβ).
Conclusão
Dado o forte papel positivo desempenhado pelo colesterol e da comprovação de que uma dieta extremamente rica em gordura (cetogênica) melhora a capacidade cognitiva em pacientes com Alzheimer, é aconselhável, portanto, consumir de 65 a 80% de gordura, 25 a 15% de proteína e 10 a 5% de carboidrato.
Um estudo sobre os efeitos de dietas com alto teor de gordura / baixo carboidrato versus carboidratos na saúde do cérebro revelou que dietas ricas em carboidratos e pouca gordura aumentam o risco de demência em 89%, enquanto dietas ricas em gorduras reduzem o risco de demência em 44%.
Além disso, pode-se supor que os medicamentos com estatina aumentariam o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. A médica e pesquisadora Beatrice Golomb, que chefia o grupo de estudo sobre estatinas da University of California, San Diego, está cada vez mais convencida disso. Suas avaliações mostram a relação risco-benefício da medicação: as estatinas não devem ser recomendadas para os idosos, pois neste caso, os riscos superam claramente os benefícios.
Ou seja, tanto uma dieta com baixo teor de gordura quanto um tratamento medicamentoso com estatina aumentam a suscetibilidade ao Alzheimer. Fique atento a essas informações e não deixe de conversar com seu médico. É o seu futuro que está em jogo!
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Referências bibliográficas:
- Great Plains Laboratory November 16, 2015
- JAMA Neurology 2014;71(2):195-200
- Medical News Today December 31, 2014
- American Journal of Geriatric Psychiatry 2008 Sep;16(9):781-5
- Alzheimer’s and Dementia July 2018; 14(7): 952-960
- The Conversation March 5, 2018
- J Alzheimers Dis. 2012; 32(2):329-339
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