Parece que, infelizmente, o que vinha alertando há anos começa a se tornar evidente. Estamos evoluindo para uma situação única na história da humanidade aonde pela 1ª vez os pais vão enterrar os filhos, algo jamais imaginado. Sim, estou falando de uma redução na expectativa de vida!
Nos Estados Unidos, a expectativa de vida como um todo vinha aumentando mais de 6 anos para a mulher e 7 anos para os homens no período de 1961 a 1999.
Mas, pela 1ª vez, nas últimas avaliações, a expectativa de vida declinou nas estatísticas americanas.
Por que a expectativa de vida está diminuindo?
Com certeza, o papel principal causador dessa situação é a obesidade, que traz consigo um aumento das taxas de causas de morte, como doença cardíaca, derrame e demência, que só entre 2014 e 2015, aumentaram em média 16%.
Segundo o National Center for Health Estatistics (NCHS), a expectativa de vida tanto do homem como da mulher caiu entre 2014 e 2015:
- para homens: de 76,5 anos (2014) para 76,3 anos (2015)
- para mulheres: de 81,3 anos (2014) para 81,2 anos (2015)
Esse declínio de expectativa de vida significa que as pessoas estão morrendo, na média, 1 mês antes para mulheres e 2 meses antes para homens.
Certamente, o declínio de expectativa de vida é primariamente causado pelo aumento de diversas categorias de mortes preveníveis, e pela falha do sistema de saúde que não age na causa das doenças crônicas.
Campanha contra obesidade falhou
A obesidade infantil piorou muito entre 1999 e 2012, havendo aumento de obesidade severa, o que põe as crianças em risco a longo prazo. Em vez de haver redução da obesidade infantil, a taxa tem subido desde 2009.
Segundo pesquisa americana, atualmente se come excessivamente alimentos processados que contém um ou mais dos 3 ingredientes que promovem a maioria das doenças crônicas, que são soja, milho e açúcar de beterraba – que são todos transgênicos e contaminados com pesticidas tóxicos.
Assim, esses alimentos estão matando prematuramente mais pessoas. Se nós queremos reverter essa evolução, precisamos rever nosso aporte alimentar e permitir maior e melhor acesso a alimentos reais.
Com esse tipo de alimentação fica difícil de se ter crianças saudáveis, a menos que se mude esse modelo alimentar. Caso contrário, essa taxa de obesidade crescente não tem como ser alterada.
Obesidade levando a aumento de diabete infantil
Como conseqüência desse crescimento de obesidade, tem havido um aumento do número de crianças com diabetes tipo 2. Num estudo entre 2001 e 2009, os pesquisadores observaram que houve aumento nas diabetes tipo 1 e tipo 2. Porém, a tipo 2, que é perfeitamente prevenível, foi a que mais aumentou.
Aliás, a diabetes tipo 2 era exclusivamente uma doença metabólica dos adultos. Porém, nestes últimos 20 anos, houve um aumento da doença entre crianças em mais de 20%. Nesse cenário, certamente a obesidade vem como pano de fundo.
Essa obesidade infantil leva à resistência à insulina e diabetes tipo 2 mais rapidamente do que em adultos, e está associada com complicações metabólicas e cardiovasculares em crianças e adolescentes.
A resistência severa à insulina também está relacionada a um aumento de morbidade e mortalidade em adultos jovens e alto risco de hipertensão, cirrose hepática não alcoólica e síndrome metabólica.
Com isso, certamente é de se esperar um aumento de gastos com doenças e seus cuidados, como também maior perda de vidas nos próximos anos.
Fatores associados
Criou-se uma epidemia de doença de estilo de vida, e a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) diz ser “uma ameaça à saúde pública muito maior do que qualquer outra epidemia conhecida pelo homem”.
Outro fator importante que deve-se levar em consideração é como a agricultura se tornou uma das mais significativas poluidoras ambientais, com o uso cada vez maior de pesticidas tóxicos que contaminam os alimentos e destroem o solo, gerando resistência aos antibióticos. Os alimentos se tornaram uma fonte de doenças ao invés de uma fonte de nutrição e saúde!
Vivenciamos um marketing de alimentos processados direcionados para crianças, aumentando diabetes, obesidade, câncer e doenças cardíacas.
Como corrigir o seu peso
Diante de tudo isso, o que fazer? Confira algumas dicas:
- Minimize ao máximo os produtos refinados, industrializados, grãos, açúcares e frutose.
- Consuma gorduras de alta qualidade. Estou falando das gorduras saturadas boas, que são óleo de coco, palma, manteiga, ghee, laticínios em geral, amêndoas e óleo de coco.
- Dê preferência para proteína de animais criados à pasto ou de água oceânicas profundas.
- Opte por vegetais orgânicos, que devem ser consumido em grandes quantidades.
Fique atento ao que você come. Isso é a diferença entre a doença e a saúde. Cuide-se para garantir uma supersaúde!
Referências bibliográficas:
- NY Daily News January 19, 2015
- Journal of Epidemiology and Community Health October 27, 2016
- HCP Live December 2, 2016
- The Lancet February 21, 2017
- JAMA. 2015;314(10):1021-1029
- Scientific American December 9, 2016
- New York Times December 8, 2016