Excesso de ferro: Doe sangue agora!

Atualmente tudo que vemos nas prateleiras de supermercados é enriquecido com ferro, mas seria isso realmente necessário? Na nossa mente, isso só valoriza mais os produtos, o que por outro lado pode ser uma forma de se ter mais ganhos com o produto pelo fabricante. Mas, será que estamos realmente precisando dessa suplementação?

As pesquisas atuais têm mostrado que isso tem sido suplementado mais que o necessário e que também pode levar a sérios problemas de saúde. Antes tínhamos na nossa consciência a necessidade de suplementação de ferro, pois havia muita carência, fato esse que atualmente é contrário.

Sabemos que o ferro é essencial à vida, fazendo parte de enzimas e proteínas envolvidas no transporte de oxigênio, regulação do crescimento e diferenciação celular, entre outras funções. Então, se você tem pouco ferro no seu corpo, vai sentir cansaço, queda imunológica ou anemia por deficiência de ferro. Porém, hoje os estudos mostram que temos cerca de 400% mais ferro do que o necessário, o que pode nos colocar em sérios riscos.

Riscos do excesso de ferro

Nosso corpo tem pouca capacidade de excretar ferro, sendo um mineral que se comporta como metal pesado, ou seja, uma vez absorvido não temos condições de eliminá-lo, ficando depositado nas células, especialmente em órgãos como fígado, pâncreas, coração e cérebro.

Isso é perigoso, pois o ferro é um potente oxidante, podendo lesar o seu corpo contribuindo para diversos problemas de saúde como:

  • infecção bacteriana e viral;
  • arritmia cardíaca;
  • diabetes;
  •  Alzheimer;
  • câncer de fígado e
  • cirrose.

Todos esses problemas citados tendem a ocorrer pela produção excessiva de radicais livres, causado pelo ferro.

Quem tem maior risco de excesso de ferro?

Normalmente o homem tem maior risco de excesso de ferro, pois diferente das mulheres, não menstruam (raramente uma mulher que menstrua tem excesso de ferro).

É mais comum o homem enfartar por volta dos 40 anos de idade do que a mulher, porém quando elas param de menstruar, se igualam aos homens em poucos anos em relação ao risco cardiovascular. Isso é explicado pelo aumento do ferro que tem ação oxidativa e vasoconstrictora nas artérias coronarianas em particular.

Especialmente as pessoas de origem mediterrânea têm tendência a reterem ferro, desenvolvendo o que chamamos de Hemocromatose ou Hemosiderose.

Além desse fator genético existem outras causas comuns de excesso de ferro como, por exemplo:

1)    O consumo de álcool regularmente aumenta a absorção do ferro na alimentação. Portanto, consumir carne vermelha com vinho você pode estar absorvendo mais ferro do que o necessário.

2)    Cozinhar em utensílios de ferro, especialmente com alimentos ácidos que aumentam sua absorção.

3)    Consumo de alimentos processados ou enriquecidos com ferro que estão na forma de ferro inorgânico que é de longe muito mais perigoso do que o ferro da carne.

4)    Beber água de coco, que é muita rica em ferro. Procure consumir água de filtro reverso osmose.

5)    Usando multivitamínicos e minerais enriquecidos com ferro. Deve se dar preferência aos produtos modernos que vêm sem ferro.

Como corrigir esse excesso?

O modo mais correto de corrigir o excesso de ferro é através da avaliação feita por um exame de sangue chamado ferritina. Os valores de ferritina devem estar entre 40 e 66 ng/ml, sendo que abaixo mostra deficiência, e acima desta referência, significa excesso podendo levar a sérios danos de saúde.

Este é um dos testes mais importantes e que todos deveriam fazer como medida preventiva, especialmente os homens.

Como se livrar do excesso de ferro?

Doe sangue! A doação de sangue é uma medida importante para reduzir esses valores com rapidez.

Usar aminoácidos sintéticos específicos para reduzir o excesso de ferro e reparação dos danos celulares pode também ser uma medida importante. O uso de Turmeric (Curcumina) age como um quelante  de ferro.

Então, não perca tempo e doe sangue agora mesmo. Você ajudará ao próximo e a si mesmo. Pode confiar!

[divider]

Referências bibliográficas:

  • AM J. Clin Nutr, 2001 Mar; 73(3):638-46
  • Mat Med  2012; Jan; 29 18(2):291-5
  • Neuroimage 2011 Mar 1,55(1):32-8
  • Cell Reports 2012, Aug 7
  • Medical News Today  2012, Aug 13
  • AM J. Clin Nutr  2001 Mar; 73(3):607-12
  • Free Radical Biol Med   2006 Apr 1; 40(7):1152-60
< Artigo AnteriorPróximo Artigo >