Erva de São João: Tão Forte que Deixa outras Drogas Fracas!

erva de são joão

A maioria das evidências clínicas sugere que a erva de São João (ESJ) (Hypericumperforatum) é um incrível tratamento à base de ervas para a depressão, tendo até o endosso da Cochrane Collaboration, agência conservadora que a classifica como “eficaz”.

Porém, tem surgido questionamento sobre interações com uma variedade de drogas farmacêuticas.
Será que isto tem fundamento?

As interações de drogas descritas ou especuladas na literatura com a erva de São João (ESJ) incluem as interações metabólicas (ou farmacocinéticas), nas quais o ingerir ESJ diminui o nível sanguíneo (e a eficácia) de uma variedade de drogas, como:

  • a droga anticancerígena irinotecano;
  • o antidepressivo amitriptilina;
  • os anticoagulantes fenprocoumon e varfarina;
  • o anti-histamínico fexofenadina;
  • os sedativos alprazolam e midazolam;
  • os inibidores de protease;
  • ciclosporina;
  • digoxina;
  • as drogas estatinas;
  • metadona;
  • vários anticoncepcionais orais.

Estas interações metabólicas clinicamente documentadas ocorrem pelo fato da ESJ acelerar o metabolismo da droga, resultando em menor concentração sanguínea e eficácia comprometida do remédio. Isso é causado pela substância fitoquímica na erva, chamada hiperforina

Resumindo

Pensou-se então que preparações que fossem baixas em hiperforina – ou a retirada desse principio ativo – afetaria o efeito antidepressivo natural da erva. Vários estudos subsequentes mostraram que os extratos de ESJ baixos em hiperforina não interagiram com drogas chave, como a ciclosporina, a digoxina e a pílula anticoncepcional oral, mas mantiveram o seu efeito terapêutico, e ainda superiores ao placebo, o equivalente a fluoxetina no tratamento leve a moderado da depressão.

Ainda há debate considerável sobre a relevância de hiperforina aos efeitos antidepressivos da ESJ, e a maneira mais correta de evitar interações metabólicas de drogas com a ESJ é usar uma forma líquida tradicional, como uma tintura, que não contêm nenhuma hiperforina.

Referência bibliográficas:

  • British Medical Journal, 1996;313
  • Nutr J, 2010 Oct7; 9(1): 42
  • Planta Médica 50:272
  • Weiner”s Herbal. Weiner , M. 1990
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