Nossa vida moderna trouxe muitas facilidades e tecnologias, mas também trouxe outro fator importante: a falta de tempo. E essa correria acabou virando uma desculpa para se alimentar com alimentos ultraprocessados.
Estou falando dos alimentos prontos e empacotados, congelados, bebidas açucaradas, cereais matinais e produtos feitos com grãos, carnes industrializadas…
São “alimentos” que passam por diversos processos industriais, ganhando no caminho corantes, conservantes, excesso de açúcar e gorduras ruins. Para se ter uma ideia, em muitos países, a ingestão deste tipo de junk food está entre 20 a 60% do consumo alimentar diário. Uma verdadeira tragédia para a saúde!
E, cada vez mais, novas pesquisas confirmam o quanto eles podem aumentar seu mau colesterol, sua pressão, seu risco de diversos tipos de câncer e de obesidade. Mas os estudos que vou comentar agora, falam especificamente do risco cardiovascular… E a notícia é preocupante.
Ultraprocessados e risco cardiovascular
Pesquisadores de diversos países analisaram os dados alimentares de mais de 100 mil pessoas na França, com média de idade de 43 anos. Todos responderam questionários sobre sua alimentação diária, listando cerca de 3300 tipos de alimentos consumidos.
Os cientistas analisaram estes dados em conjunto com o quadro de saúde dos voluntários em um período de dez anos, e os resultados não poderiam ser diferentes…
O consumo de alimentos ultraprocessados aumentou em 12% os riscos de doença cardiovascular, em 13% os de doença coronariana e 11% os de doença cerebrovascular!
Já aqueles que comeram alimentos não processados ou minimamente processados tinham riscos menores dessas doenças, como também era de se esperar.
Risco de morte
Falar em morte pode sempre parecer um alarmismo… Mas é fato que este é um risco que aumenta consideravelmente na medida em que você consome alimentos ultraprocessados.
Depois de analisar a dieta de quase 20 mil voluntários por um período médio de 10 anos, pesquisadores espanhóis analisaram os casos de morte nesse grupo.
Eles descobriram que aquelas pessoas que consumiam ultraprocessados em pelo menos 4 refeições diárias tinham 62% mais risco de morrer do que aqueles que os consumiam em 2 refeições. Concluiu-se também que para cada refeição na qual constam esses alimentos, há um aumento relativo de 18% no risco de mortalidade. É realmente algo que você deveria levar em consideração na hora de fazer o seu próximo lanche…
Portanto, que tal dar um tempo nessa comida industrializada que você tem consumido? As opções naturais estão ao seu alcance. Esqueça os congelados, enlatados e ultraprocessados em geral.
Quer uma dica para começar? Priorize gorduras naturais boas e proteínas, ambas de produtos de animais criados a pasto. Combine-as com vegetais, de preferência orgânicos. Este é o pilar da dieta keto, que além de ser saudável, vai lhe manter em boa forma.
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Referências bibliográficas:
- Bernard Srour, Léopold K Fezeu, Emmanuelle Kesse-Guyot, Benjamin Allès, Caroline Méjean, Roland M Andrianasolo, Eloi Chazelas, Mélanie Deschasaux, Serge Hercberg, Pilar Galan, Carlos A Monteiro, Chantal Julia, Mathilde Touvier. Ultra-processed food intake and risk of cardiovascular disease: prospective cohort study (NutriNet-Santé). BMJ, 2019; l1451 10.1136/bmj.l1451
- Anaïs Rico-Campà, Miguel A Martínez-González, Ismael Alvarez-Alvarez, Raquel de Deus Mendonça, Carmen de la Fuente-Arrillaga, Clara Gómez-Donoso, Maira Bes-Rastrollo. Association between consumption of ultra-processed foods and all cause mortality: SUN prospective cohort study. BMJ, 2019; l1949 10.1136/bmj.l1949
- Mark A Lawrence, Phillip I Baker. Ultra-processed food and adverse health outcomes. BMJ, 2019; l2289 10.1136/bmj.l2289