Lítio e mais 14 Dicas para Combater o Alcoolismo

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Independente se você é uma pessoa que “bebe socialmente” ou se tem problemas mais sérios com o alcoolismo, o lítio em baixas doses pode lhe ser útil. Segundo estudos controlados, muitos adultos que acabam tendo episódios de ressaca ocasionalmente se tornam mais tolerantes e com menor duração da mesma quando começam a tomar lítio diariamente.

Porém, nos casos de alcoolismo grave, o lítio ajuda nessa redução de consumo da bebida, controlando desejo e o humor. Além disso, traz outras mudanças positivas, como melhora da atitude, foco e concentração. Ele protege células cerebrais quase que literalmente da devastação do álcool em excesso.

Em uma pesquisa, ratos foram divididos em 4 grupos, com protocolos de tratamento distintos: alguns foram injetados com solução salina, alguns com lítio, outros com álcool e outros com lítio e álcool e foram estudados os efeitos no cérebro.

O lítio mostrou efeito protetor significante nos grupos dos ratos com álcool e lítio. Ocorreu maior proteção das células cerebrais: a lesão do hipocampos cerebral foi reduzido, preservando a habilidade de reconhecimento espacial. Além disso, houve menos morte de células cerebrais.

Como o lítio pode ajudar a proteger o cérebro

O lítio foi capaz de reduzir os efeitos neurotóxicos de curta e longa duração do álcool no cérebro.Antes de 1980, diversos estudos foram feitos com esse objetivo. O lítio era realmente usado no tratamento de alcoólatras, sendo bem útil, apesar de não curar o problema.

Após essa data, foi ficando em 2ª plano, dando-se mais atenção a medicações patenteadas.O lítio é um mineral importante no tratamento de alcoólatras, principalmente pelos seus efeitos em humanos e animais e pela redução de morte de células cerebrais, quando estas são expostas a neurotoxinas.Além disso, apresenta efeito neuroprotetor no tratamento da demência, Doença de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.

Efeitos nocivos do álcool e estratégias de enfrentamento

O álcool apresenta malefícios para pessoas de todas as idades. Quando o feto humano é exposto ao álcool durante o último trimestre de gravidez, por exemplo, há morte de células neuronais levando a retardamento mental e a sintomas característicos da “síndrome fetal alcoólica”.

Já o excesso de álcool na idade adulta causa mudanças neurodegenerativas em muitos indivíduos que abusam.Paralelo ao estilo de vida e problemas sociais criados pelo excesso de consumo do álcool, esses indivíduos apresentam sérias mudanças cognitivas que incluem, na verdade, o dano cerebral.

O álcool em excesso pode levar ao déficit de vitamina B1 causando um distúrbio cerebral conhecido como Síndrome de Wernicke-Korsakoff.

Veja abaixo o lítio e outros 14 conselhos para suplementação contra o alcoolismo

  1. Baixas doses de lítio – a suplementação de lítio mais indicada contra o alcoolismo é com o orotato de lítio, em baixas doses, até 30 mg de lítio elemental por dia. Os estudos mostram que no combate ao desejo pelo álcool a dosagem é 10 mg até 3x/ dia. Apesar de ser baixa dosagem, é sempre aconselhável associar uma suplementação de ácidos graxos essenciais (ômega 3) e vitamina E 800 iu/dia para se evitar toxicidade do lítio. Saiba que o lítio usado convencionalmente é o carbonato de lítio de 300 mg, que tem aproximadamente 55 mg de lítio elemental. Tipicamente, se prescreve 2 a 3 capsulas por dia, cujas quantidades, neste caso, devem ser monitoradas por teste sanguíneo para se evitar efeitos tóxicos.Este não é o lítio que recomendo.
    De toda forma, aconselho a suplementação do lítio, sempre acompanhada por um médico que possa ajustar a dosagem adequada ao seu caso.
  2. Altas doses de niacina – a observação de que funciona para reduzir desejo por álcool foi publicada pela 1ª vez por Bill W, o fundador dos Alcoólatras Anônimos, na publicação “A message to alcoholics anonymous (AA) Physicians”.
  3. L-Glutamina –as pesquisas de Roger J. Willians, da Universidade do Texas, mostra que altas doses de glutamina são efetivas em reduzir desejo por álcool e equilibra a glicemia.
  4. Complexo de aminoácidos com quantidade extra de N-Acetil L-Cisteina – ajuda na neutralização da Síndrome da Abstinência, além de importante para a função cerebral e hepática, estimulando regeneração celular destes órgãos.
  5. Glutationa – protege o fígado e reduz o desejo por álcool.
  6. Gaba – acalma o corpo e previne ansiedade e estresse.
  7. Ácido Pantotênico (B5) – ajuda o corpo a metabolizar o álcool. Necessário também para neutralizar o estresse.
  8. Complexo B Injetável ou sublingual– para corrigir deficiências, a forma injetável, desde que sob supervisão médica, é a melhor. Caso não seja possível desta forma, optar por sublingual.
  9. Vitamina B1 – alcoólatras normalmente são deficientes em vitamina B, em especial B1.
  10. Ácido Alfa Lipoico – ajuda a proteger o fígado e pâncreas do dano causado pelo álcool. Potente antioxidante.
  11. Multivitaminas e minerais – como estes indivíduos apresentam má absorção, é importante sua suplementação.
  12. Vitamina C com bioflavanoides – potente antioxidante.
  13. Picnogenol ou semente de uva – poderoso antioxidante para proteção celular.
  14. Ômega 3 – usado com sucesso na Europa pela ação de reduzir sintomas de abstinência.
  15. Naltrexona – bloqueia o efeito prazeroso de opioides endógenos, substâncias que simulam opioide, liberados pelo cérebro em resposta ao álcool. Pode colaborar reduzindo o desejo pelo álcool e, consequentemente, o alcoolismo.

 

Referências bibliográficas:

– Arch Gen Psychiatry, July 1984;41:650-656
– Journal of Clinical Psychiatry, l989;50:8l-86
– J Clin Psychiatry, August 1990;51(suppl 8):4-8
– Alcoholand Alcoholism, 1991;26(3):309-314.
– Alcohol Alcohol, 1993;28(3):273-279
– European Psychiatry, 1996;11:53-54

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