Cortisol: Importância e riscos

Recentemente tem havido uma procura enorme nas pesquisas do Google sobre o cortisol.

A maioria das pessoas tem uma compreensão do cortisol como algo relacionado ao estresse, porém há muito mais a saber.

Entenda outras ações do cortisol.

O cortisol tem como função básica, manter o equilíbrio glicêmico e regular as respostas inflamatórias do estresse.

E, em situações de cronicidade do estresse, o cortisol se eleva regulando o metabolismo de forma a compensar essa situação ou corrigir a falta de carboidratos saudáveis na dieta.

Veja as consequências:

1. Esse hormônio apresenta um mecanismo protetor do nível da glicose, para que esta não caia a níveis perigosamente baixo, evitando coma hipoglicêmica e morte.

Quando a glicemia cai, por longos períodos, o cortisol age para aumentar a glicose na circulação.

Nos casos em que não há fonte alimentar suficiente e esgota-se as reservas de glicogênio, o cortisol induz o corpo a sacrificar a musculatura magra, ossos e tecido cerebral para se degradar em aminoácidos que o fígado converte em glicose, através de um processo chamado gliconeogenese.

Porém, em condições de cronicidade de alimentação low carb, jejum intermitente de longa duração, como nos casos acima de 16 h, já começa esse processo, que se intensifica mais conforme maior o período de jejum. Isso vale também nos casos de dieta cetogênica intensa, como na dieta carnívora.

Todas essas dietas são ótimas para emagrecimento, risco cardiovascular, doença autoimune e recuperação da flexibilidade metabólica.

Para ter esses resultados benéficos, isso deve ser usado por semanas e até alguns meses, pois a cronicidade do pouco ou zero carboidrato, tende a trazer consequências desfavoráveis.

Essas estratégias acabam levando a uma redução da taxa metabólica, comprometendo função mitocondrial e o próprio metabolismo.

2. Quando o cortisol se mantém elevado, promove lipólises que é a queima de gordura.

A primeira impressão é que seja algo bom, mas sua ação é direcionada para gorduras periféricas, subcutânea e preserva a gordura entre as vísceras, o que contribui para a inflamação e aumento de risco cardiovascular.

3. Outra consequência do alto nível crônico de cortisol, é minar o sistema imunológico.

4. Além disso, o cortisol libera neurotransmissores que estimulam a compulsão alimentar comprometendo hábitos alimentares saudáveis.

5. Primariamente o cortisol é o hormônio do envelhecimento.

Caso se mantenha elevado, aumenta o risco de morte prematura além de ser altamente catabolico.

Dietas que influenciam o cortisol

Todas as dietas como keto, jejum intermitente de longa duração e dieta carnívora são excelentes para se otimizar o metabolismo e a saúde mitocondrial.

Porém, não são aconselháveis para usos muito prolongados, pois apesar de no início trazerem resultados de alívio de sintomas, perda de peso, estas acabam elevando o cortisol cronicamente, por gliconeogenese, lipólise e até alteração da tireoide

Neste caso, a função tireoidiana fica comprometida pela perda da habilidade do fígado em converter T4 em T3, a forma ativa de hormônio tireoidiano causada pela redução da disponibilidade de glicose no fígado.

Cuidado para manter ótimos níveis de cortisol

É importante nestes casos a reintrodução de carboidratos saudáveis, mas em pequena quantidade.

Comece com uma fruta pela manhã. O arroz branco é uma boa opção nestes casos. Mas só é possível isso, depois que reduzir a quantidade de gorduras ingeridas na dieta.

Não se aumenta carboidratos com alto consumo de gorduras!

Referências bibliográficas:

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