Tudo sobre o cortisol – o hormônio antiestresse

grupo de amigos correndo na praia e se divertindo

Quando o seu corpo está em estresse por qualquer causa, aumenta a sua demanda em vários tecidos e órgãos, que solicitam glicose como combustível para maior produção de energia na célula. O cortisol tem um papel importante em disponibilizar glicose a esses diferentes tecidos e órgãos, para que eles respondam adequadamente durante situações de estresse.

O cortisol é um poderoso anti-inflamatório, mesmo quando secretado em níveis normais. Ele mantém o equilíbrio homeostático que cada reação inflamatória causa, com o efeito oposto de igual intensidade anti-inflamatória.

Quando você estiver com manifestações de vermelhidão, e/ou inchaço, é sinal de que há muito pouco cortisol circulante. A ação do cortisol está envolvida tanto no aumento de resposta do corpo ao estresse, como protegendo-o contra a resposta excessiva ao estresse.

Os nossos ancestrais usavam esse mecanismo apenas ocasionalmente, mas na vida moderna, aonde convivemos com inúmeros estresses físicos, emocionais e ambientais, estamos desafiando a nossa glândula adrenal a conviver com esse desafio dia após dia. É provável que tenhamos mais estresse em um ano do que nossos ancestrais tiveram a vida toda!

Porém, a nossa glândula adrenal requer tempo para se recuperar, e quando não damos esse tempo a ela, começam os sintomas de fadiga adrenal, causada pela redução dos níveis de cortisol no sangue e durante os períodos de estresse – momento que mais precisamos dele!

Glândula adrenal e estresse

Durante o estresse, o cortisol deve, simultaneamente, fornecer mais açúcar ao sangue, mobilizar gorduras e proteínas, modificar as reações imunológicas, batimentos cardíacos, pressão arterial, alerta mental e de sistema nervoso.

Sem cortisol, esse mecanismo não reage adequadamente ao desafio do estresse. E quando os níveis de cortisol não aumentam em resposta a essas necessidades, manter o seu corpo sob estresse é quase impossível! Quanto maior a diferença entre o nível de estresse e a falta de cortisol, mais significantes são as consequências.

E conforme o estresse aumenta, progressivamente níveis maiores de cortisol são requeridos, e quando estes níveis de cortisol não são produzidos, a pessoa não consegue responder adequadamente ao estresse. Ela entra em estado de exaustão de glândula adrenal.

Ações do cortisol

  • Combate inflamações e alergias;
  • Cria resistência ao estresse (infecções, trauma físico, temperaturas extremas, trauma emocional etc.).
  • Mantém humor e estabilidade emocional;
  • Mobiliza e aumenta aminoácidos, unidades das proteínas, no sangue e fígado;
  • Estimula conversão de aminoácidos em glicose, o combustível primário na produção de energia;
  • Aumenta depósito de glicogênio no fígado;
  • Mobiliza e aumenta ácidos graxos no sangue (proveniente das gorduras para ser usada como combustível para a produção de energia.

Excesso de cortisol

  • Por outro lado, o excesso de cortisol também causa problemas à sua saúde:
  • Aumenta a glicemia;
  • Reduz a utilização de glicose pela célula;
  • Reduz a síntese proteica;
  • Aumenta degradação muscular;
  • Promove perda óssea;
  • Compromete a regeneração e reparo celular;
  • Suprime o sistema imunológico, aumentando a susceptibilidade a infecções, alergias e doenças degenerativas;
  • Diminui o desejo sexual;
  • Ganho de peso;
  • Aumenta risco de câncer;
  • Distúrbio do sono;
  • Ansiedade;
  • Piora da função cognitiva;
  • Desequilíbrio da glicemia.

Estágios de Fadiga Adrenal

Estágio 1

  • Nesse momento é o seu corpo reagindo a um desafio ou perigo, onde o seu nível de cortisol está muito alto. Seu organismo precisa de adaptabilidade e resistência para absorvê-lo e dissipá-lo.
  • Porém, se você não descansa e se reabastece, suas adrenais ficam sobretaxadas.

Estágio 2

  • Com isso, o seu cortisol cai, e é neste momento que as pessoas percebem o problema.
  •         Aqui, se você não muda o seu estilo de vida,se alimenta-se incorretamente, não descansa o suficiente, não se exercita…aí você pode entrar numa nova fase.

Estágio 3

  • Aqui, as glândulas adrenais na verdade estão “queimando”,e o seu cortisol permanece baixo todo o tempo. Nesse estágio você se sente cronicamente cansado e incapaz de recuperar a energia, mesmo quando descansa.
  • Estresse pode matar! Como nós devemos lidar com isso de forma saudável? O estresse é algo paradoxal, porque parece que nós, humanos, nos tornamos “viciados” no estresse.

Os 2 tipos de estresse

Há 2 tipos de estresse:

Estresse bom – acontece quando você experimenta sensações boas, pois elas causam diversão. Andar de montanha russa, esquiar na neve e assistir filmes assustadores são situações que se tornam emoções, e seu corpo responde a esses estresses do mesmo modo como se você estivesse sendo perseguido por um tigre faminto.

Os seus músculos ficam tensos, o ritmo cardíaco aumentado, a respiração se torna acelerada e seu corpo deixa de realizar o que não é “essencial”. Porém, quando você sente essa sensação todos os dias, e todo o tempo, o estresse toma conta do seu corpo, e aí torna-se estresse ruim.

O estresse ruim é aquele quando você experimenta certas condições sem prazer e procura evitá-las, pois estas podem corroer sua saúde. Aí o estresse passa a ser perigoso, e você precisa se livrar dele.

Impactos do estresse

Estar constantemente estressado pode diminuir seu cérebro, adicionar gordura ao seu abdômen e até comprometer os seus genes! Nessas condições, o hormônio do estresse – o cortisol – fica alterado, causando:

  • Ganho de peso: induz aumento de gordura na região abdominal, a pior área para acumular gordura, pois aumenta também o risco cardiovascular.
  • Suas células cerebrais se tornam lesadas, fazendo com que perca a capacidade de lembrar-se dos acontecimentos. Há uma redução do tamanho das células, especialmente do hipocampo, responsável pelo aprendizado e memória.
  • Acelera envelhecimento pelo encurtamento dos telômeros, estrutura de proteção genética, que regula o envelhecimento.
  • Alteração do sistema neuroendócrino e imunológico, predispondo processos degenerativos, como por exemplo Doença de Alzheimer.
  • Perda da capacidade natural do nosso corpo de se autorreparar, como destruir células cancerosas, retardar envelhecimento e combater infecções.

Condições de saúde causadas ou pioradas pelo estresse

  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Infecções de repetição;
  • Insônia e cansaço;
  • Comprometimento da concentração;
  • Alteração de apetite;
  • Problemas digestivos;
  • Disbiose intestinal;
  • Redução da memória;
  • Disfunção sexual;
  • Infertilidade;
  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Hipertensão arterial;
  • Doença cardíaca;
  • Fadiga.

Como reduzir seu cortisol?

O estresse é praticamente inevitável, mas você pode e deve tomar certas atitudes para melhorar sua reação a esses desafios. Com isso, você consegue reduzir o seu cortisol, estabilizando-o e reduzindo sua pressão arterial.Sua saúde vai melhorar de forma geral! Veja o que fazer:

  1. Corrigir o seu nível nutricional e proteção antioxidante: Quando não temos um bom nível nutricional e antioxidante, estamos mais sujeitos a reagirmos inadequadamente aos desafios. Nessas condições o nosso corpo é mais agredido, pois não temos a adaptabilidade e resistência para absorver o estresse.
  2. Desintoxicação orgânica: Avaliar e se necessário fazer uso de programa Detox para contaminantes ambientais e metais pesados, que comprometem o seu mecanismo de auto reparação. Pense na possibilidade de realizar um exame para checar isso (já falei sobre esse exame aqui no site, clique aqui para ver).
  3. Correção de ecologia intestinal : Frequentemente no estresse as pessoas apresentam Disbiose intestinal, aonde há comprometimento da reação ao estresse, assimilação nutricional e antioxidante, aumento de queda imunológica e redução de produção de serotonina.
  4. Atividade física regular;
  5. Divertir-se mais;
  6. Mais tempo em ambiente externo;
  7. Música;
  8. Meditação;
  9. Yoga;
  10. Evitar o isolamento social;
  11. Restaurar a função tireoidiana diária, um desequilíbrio muito freqüente;
  12. Corrigir desequilíbrios hormonais;

Seguindo essas dicas, certamente o seu nível de cortisol vai ficar dentro do adequado. E sabe o que isso significa?

Uma super saúde para você!

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Referências bibliográficas:

  • Wilson, James. “Adrenal Fatigue: The 21st Century Stress Syndrome.” Smart Publications, 2002
  • Lancet, February 6, 1999;353:455-458.
  • Comp. Biochem. Thysiol., 1989;94A(4):569-574
  • Internal Medicine World Report, 1992;7(8):13-41.
  • British Journal of Hospital Medicine, 1996;55(9):571-574.
  • Postgraduate Medicine, January1991;89(1):159-164
  • Annals of Medicine, 1994;26:1-3.
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