Num estudo recente realizado pelo Instituto Superiore di Sanità, com uma amostragem de 18% das mortes ocorridas na Itália, se mapeou as condições de saúde prévias dos pacientes que morreram por COVID-19.
Constatou-se que 99% deles tinham em média entre 2 a 3 doenças, sendo que:
- 76,1% tiveram pressão alta;
- 35,5% tiveram diabetes;
- 33% tiveram doenças cardíacas;
- 0,8% não tinham condições subjacentes.
A idade média dos infectados era de 63 anos, mas a maioria das mortes ocorreu em indivíduos com cerca de 80 anos de idade em média.
Os adultos com menos de 40 anos, quando morreram, todos tinham sérias condições de saúde subjacentes.
Portanto, uma das melhores estratégias para vencer o COVID-19 é controlar as condições crônicas subjacentes. Especialmente pessoas com diabetes e pressão alta podem e precisam de uma mudança radical em suas dietas e estilo de vida para esse sucesso.
Fatores agravantes medicamentosos
Algo que está sendo questionado é se o uso de certas medicações pelos pacientes com maior comorbidade no caso do COVID-19 pode realmente ser um agravante em comum que precisa ser melhor investigado.
Estou me referindo aos portadores de hipertensão, diabete e doença cardíaca, que faziam uso da medicação enzima conversora da angiotensina (ECA).
Os pesquisadores da Universidade de Basileia, na Suíça, depois de avaliarem três estudos de pacientes que se encaixavam nessa condição, publicaram no The Lancet Respiratory Medicine que:
“Os coronavírus patogênicos humanos (coronavírus da síndrome respiratória aguda grave [SARS-CoV] e SARS-CoV-2) se ligam às células-alvo através da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), que é expressa pelas células epiteliais do pulmão, intestino, rim e vasos sanguíneos.
A expressão de ECA2 é substancialmente aumentada em pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, que são tratados com inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores da angiotensina II tipo I (BRA). A hipertensão também é tratada com inibidores da ECA e BRA, o que resulta em uma regulação positiva da ECA2.”
Com isso, apesar da enzima ECA2 ter seu lado benéfico, de regeneração tecidual, as medicações inibidoras da ECA e os bloqueadores do receptor tipo I (BRA) como o ibuprofeno, aumentam a formação da ECA2.
Consequentemente, cria-se uma condição aonde o coronavírus se liga à ECA2, usando-a como um veículo para entrar nas células, multiplicando-se em seguida.
Segundo o autor do estudo, deve-se, portanto, aumentar as pesquisas sobre o uso desses medicamentos em pacientes com COVID-19.
Outro agravante em comum: resistência à insulina
A resistência à insulina é outro agravante em comum entre essas doenças, e o motivo é a uma dieta rica em carboidratos, alimentos refinados industrializados, frutose, açúcar e grãos.
Essa condição não só piora a doença de base, mas também penaliza esses pacientes com queda imunológica.
Portanto, é prudente manter a glicemia de jejum abaixo de 100 para minimizar esses riscos.
Conforme seus níveis de insulina e leptina aumentam, consequentemente a sua pressão arterial também aumentará.
As células do seu corpo não responderão bem à insulina, havendo diminuição da sua capacidade de usar glicose no sangue para obter energia.
Consequentemente, o seu pâncreas secretará mais insulina, tentando superar a fraca resposta das células na tentativa de manter os níveis de glicemia saudável.
Simplesmente o seu corpo já está resistente à insulina.
E tenha ciência de que se você não tem um bom controle da glicemia, aumentam as suas chances de infecção, viroses e também do COVID-19.
Então, melhore ao máximo sua glicemia, assim você terá uma melhor função imunológica.
Como vencer a resistência à insulina
Para isso, há duas dietas possíveis que melhoram a sensibilidade à insulina e normalizam a glicemia, importantes para resolver não só o diabetes tipo 2, mas também a pressão alta e a obesidade:
1. Dieta cetogênica cíclica
Procure consumir uma alimentação rica em gorduras saudáveis e quantidades moderadas de proteína. Reduza radicalmente os carboidratos.
Neste caso, o seu combustível primário serão as gorduras e não os carboidratos. Saiba mais clicando aqui.
2. Jejum Intermitente
Neste caso, a alimentação fica restrita por certo tempo, ou seja, numa janela alimentar de 6 a 8 horas. Clique aqui para ler um artigo especial sobre o assunto.
3. Atividade física
O ideal é o exercício supra aeróbico com rápida resposta na resistência à insulina e glicemia, além de aumentar a sua resposta imunológica.
Se não tem condição nesse momento, caminhadas de 20 minutos diariamente podem também influenciar, apesar de mais discretamente, os níveis glicêmicos, e estará também melhorando a sua resposta imunológica.
Converse com o seu médico para que ele veja no seu caso, que medicações devem ser trocadas ou evitadas para não enfraquecer seu sistema imune e abrir portas para condições sérias. Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Bloomberg. March 18, 2020
- The New York Times. March 12, 2020
- The Lancet Respiratory Medicine. March 11, 2020
- University of Basel. March 16, 2020
- Science. November 16, 2018; 362(6416): 770-775
- National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Disease, Insulin Resistance and Prediabetes