Nossa saúde é dependente da nutrição e da função de suas mitocôndrias. Elas são as pequenas usinas de cada célula, e quando estão funcionando bem, você tem saúde e energia em abundância. Caso contrário, certamente você estará não só sem disposição para nada, mas também acelerando o seu envelhecimento e predisposição a doenças degenerativas. E aqui, mais uma vez a carne vermelha pode ajudá-lo.
Ela auxilia a manter sua mitocôndria ativa, pois é rica em ácido esteárico. Mas isso só tem significado caso essa carne seja de animais criados a pasto, pois só assim terá altas concentrações desse elemento.
Até recentemente as recomendações eram para que se evitasse a carne vermelha, tanto é que de 1960 para cá seu consumo tem caído. Em 2014 foi quando se chegou aos níveis mais baixos desde então.
Porém, a ciência tem mostrado que essas indicações estavam baseadas em interpretações confusas que deram um entendimento errado do assunto. Tanto é, que esses mesmos estudos reavaliados e novas análises confirmam a confusão, mostrando que a carne realmente é saudável.
Recentemente, os cientistas fizeram uma meta-análise gigantesca sobre os efeitos que uma maior ingestão de carne vermelha poderia ter sobre doenças cardiometabólicas e câncer em adultos.
Compararam dietas mais baixas em ingesta de carne vermelha com dietas mais ricas em carne. A conclusão dos autores foi de que:
“Dietas restritas à carne vermelha tem pouco ou nenhum efeito nos principais resultados cardiometabólicos, no diabetes, na mortalidade e incidência de câncer”.
Esse resultado chocou a comunidade médica, pois mostra que a carne vermelha pode e deve fazer parte com segurança de um adequado plano nutricional. Portanto, aquelas recomendações antigas com o objetivo de limitar as gorduras saturadas, fica mais enfraquecida ainda.
Segundo um artigo recente da revista BMJ, contendo uma meta-análise de 17 revisões separadas, comprovou-se que essas gorduras, sejam de carne, queijo ou óleo de coco, não afetam a mortalidade.
E que por algum acaso, se a carne vermelha causar doenças por algum mecanismo, certamente não é a gordura saturada, pois não há evidências cientificas que realmente possam apoiar isso.
Tanto é verdade que com essa redução de consumo de carne vermelha o que se observou é que, hoje, pelo menos dois terços da população sofrem de pelo menos uma doença crônica na qual a dieta é um fator de risco importante.
Carne de animal a pasto e ácido esteárico
Segundo uma análise da Universidade de Illinois, aonde comparou-se a concentração de ácido esteárico na carne vermelha do animal criado a pasto com a carne de animais confinados que só se alimentam com grãos, comprovou-se que o ácido esteárico saturado era 36% maior em carne de animais a pasto.
Em um estudo publicado em 2018, os pesquisadores identificaram “o ácido esteárico como um metabólito da dieta que é detectado por nossos corpos para controlar nossas mitocôndrias”. Além disso, observaram queajuda a diminuir o risco de doenças cardiovasculares e câncer.
E mais, segundo estudo envolvendo moscas, os cientistas descobriram que os insetos tinham mitocôndrias saudáveis quando apresentavam nível adequado de ácido esteárico. Porém, apresentavam comprometimento mitocondrial quando os níveis de ácidos graxos eram mantidos baixos.
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Referências bibliográficas:
- Medical News Today. January 25, 2017
- Annals of Internal Medicine. October 1, 2019
- Vox. October 4, 2019
- Los Angeles Times. October 9, 2019
- Nature Communications. 2018;9(3129)
- Science Daily. July 28, 2015
- Nature. 2015;525:124
- The Weston A. Price Foundation. January 21, 2014