Hoje milhões de pessoas têm interesse em saber o seu risco genético, acessando estimativas pessoais de risco para doenças como Alzheimer, câncer e obesidade.
Mas o quanto essa informação de risco esperado te influencia no risco real?
Para você entender como reagimos, veja isso:
É indiscutível que o exercício é bom para a saúde, porém o que você tem em mente sobre ele pode fazer uma diferença enorme em como ele o afeta.
Veja só, o que esse estudo recente mostra.
Quando as pessoas são informadas de que possuem genes que indicam que elas não são feitas para o exercício, tendem a reagir mal à atividade física. Seus corpos começam a responder de acordo, mesmo que não tenham esses genes.
Com essa informação, essas pessoas realizaram um teste de esteira, e observou-se que:
- se cansaram mais rapidamente do que antes
- houve diminuição na captação de oxigênio
- redução de capacidade pulmonar.
E isso só por terem sido informadas que elas teriam predisposição para reagir mal aos exercícios.
Este é um bom exemplo de que descobrir o risco genético pode provocar alterações fisiológicas consistentes com o perfil de risco esperado.
Ou seja, o simples aprendizado do risco genético para uma doença altera o risco real, tornando as pessoas mais propensas a exibir as mudanças esperadas na fisiologia relacionada ao gene, no comportamento e na experiência subjetiva.
Neste caso, o simples recebimento de informações sobre risco genético alterou a fisiologia cardiorrespiratória dos indivíduos, sentindo o esforço e a resistência durante a atividade física. O risco genético percebido foi maior do que os efeitos associados ao risco genético real.
Se simplesmente transmitir informações de risco genético pode alterar o risco real, os médicos e especialistas em ética devem lutar com limites adequados para quando a revelação de risco genético é justificada.
Como o placebo afeta você
Em uma outra publicação, foram observadas 84 funcionárias domésticas. Elas não tinham a consciência de que exercer sua atividade profissional normalmente já compreendia uma quantidade adequada de exercício diário.
Na verdade, elas foram divididas em 2 grupos. Em um deles, foram informadas de que simplesmente fazendo seu trabalho queimariam muitas calorias e realizariam exercícios na quantidade suficiente. O outro grupo não recebeu nenhuma informação.
Além disso, todas elas não fizeram exercícios adicionais fora do trabalho e nem mudaram seus hábitos alimentares.
No final do estudo, todas foram questionadas para saber se fizeram algum exercício físico durante esse tempo, sendo que 67% das funcionárias relataram que não.
No final de 30 dias, os resultados foram surpreendentes, pois as que receberam a informação de que o trabalho delas já era um exercício, tiveram:
- Perda em média de 2 quilos
- Diminuição da porcentagem de gordura corporal
- Redução da pressão arterial
Por outro lado, o outro grupo não experimentou nenhuma dessas mudanças positivas.
Isso mostra que o nosso pensamento e até nossas crenças agem gerando um impacto significativo em nossos corpos e nossa saúde.
Ou seja, acreditarmos no que estamos fazendo e até as palavras que usamos para falar sobre isso trazem resultados impressionantes ao seu favor.
Seja grato pelo que você pode fazer, em vez de se focar em que você não pode fazer.
No caso dos exercícios, procure sempre saber mais informações de benefícios de saúde da atividade que você estará praticando.
Se você fizer o HIIT ou o treino supra aeróbico, leia e pesquise mais para saber dos seus efeitos benéficos, pois isso o mantém mais focado ao se exercitar. Você verá quanto de progresso pode alcançar!
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Referências bibliográficas:
- Nature Human Behaviour.3, 48–56 (2019)
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- N. Engl. J. Med. 373, 8–9 (2015)
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