Muitos estudos têm demonstrado que se manter de forma persistente em estresse, o que frequentemente gera uma condição mental negativa, acaba elevando muito o risco de doenças cardíacas.
Por outro lado, felicidade, otimismo e satisfação estão associados a um menor risco cardíaco.
Porém, só recentemente a medicina convencional passou a enxergar os benefícios da meditação. Tanto é que a própria American Heart Association publicou recentemente suas primeiras diretrizes sobre o assunto.
Elas mostram também que o mindfulness é uma intervenção auxiliar valiosa em combinação com outros tratamentos médicos e estilo de vida recomendados.
Segundo comenta James Stahl, pesquisador da Geisel Medical School no Dartmouth College, em sua entrevista à Reuters: “alguns pacientes podem até tentar meditar junto com mudanças na dieta e no estilo de vida, antes de passarem para os remédios”.
As práticas meditativas, além de melhorarem o humor, otimismo e o estresse, tem importante impacto na redução do risco de doenças cardiovasculares, pois promovem melhoras em:
- Frequência cardíaca e pressão arterial
- LDL colesterol
- Nível de cortisol
De acordo com publicação no American Journal of Hypertension, a meditação pode trazer benefícios cardiovasculares e de saúde mental
A pesquisa, realizada na Universidade de Washington, acompanhou 298 estudantes. Metade deles praticava meditação transcendental por 20 minutos, diariamente, por três meses. A outra metade não praticava.
A conclusão foi que no grupo de meditação houve redução significativa da pressão sanguínea e uma melhor resiliência para enfrentar os desafios.
Na média houve uma redução da pressão arterial de 6,3 mm Hg no número superior (sistólico) e uma diminuição de 4 mm Hg no número mais baixo (diastólico), em comparação com o grupo controle.
Ou seja, conseguiu-se uma redução de 52% no risco de desenvolver hipertensão no futuro.
No caso dos estudantes, que frequentemente estão vivendo um grau de ansiedade e depressão imenso, este apoio é muito significativo. Ele deve ser estimulado nos jovens, evitando-se assim tratamentos medicamentosos.
O que acontece no seu cérebro durante a meditação?
Cada vez está mais evidente a conexão intrínseca entre corpo e mente com seu reflexo direto na sua saúde física.
Mapeando as imagens cerebrais, observa-se que a meditação altera seu cérebro de várias maneiras – inclusive sua expressão genética.
Quando em estresse, há aumento da quebra de proteínas e genes de resposta ao estresse celular.
Com a meditação frequente, além de uma inibição dessa agressão genética, influenciam-se 2.209 genes diferentes, promovendo aumento da expressão de certas proteínas de defesa e melhora da função imunológica.
A prática age também inibindo inflamação, reduz estresse, melhora pressão arterial, além de aumentar a atenção.
Promove ainda maior resiliência emocional, diminuindo suas chances de ficar sobrecarregado e doente quando o estresse ocorre.
Testando suas habilidades na meditação
1. Sente-se em silêncio. Pode colocar uma música bem suave. Feche os olhos.
2. Procure respirar ritmicamente e concentre-se em algo. Pode ser sua respiração, uma imagem, um mantra ou até mesmo em nada. É comum no início sua mente começar a divagar, mas traga-a de volta ao seu ponto de foco e continue a partir daí. Nós temos cerca de 75 mil pensamentos por dia, e só deixamos de pensar quando morremos, portanto, é normal isso que possa ocorrer.
3. Reserve cerca de 20 minutos por dia para meditar. Outra opção é dividir esse tempo em espaços curtos, mas que você atinja estes 20 minutos no dia.
4. Insista, pois quanto mais você treina, mais consegue se concentrar e atingir o objetivo.
Agora me diga, oque poderia ser melhor do que uma cura natural e gratuita para sentimentos de estresse e doenças correlacionadas? O único preço é um pequeno investimento do seu tempo!
Pois é isso que a meditação pode fazer por você. É um recomeço para lhe trazer muitas outras mudanças positivas em sua vida!
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Referências bibliográficas:
- Nexus Magazine, How the Mind Changes Genes Through Meditation (PDF)
- U.S. News & World Report
- PLOS One DOI: 10.1371
- Hypertension. Aug 1996;28(2):228-37
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- Am J Hypertens. December 2009;22(12):1326-31.
- Psychol Bull. July 2012;138(4):655-91
- Institute of Science in Society. May 21, 2014
- J Hum Hypertens. November 2015;29(11):653-62
- The Conscious Mind. June 21, 2017
- Complement Ther Med. October 2017;34:26-34
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- Reuters. October 3, 2017
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