Com certeza, você já ouviu diversos profissionais de saúde, ou mesmo de amigos, aquele conselho supostamente sagaz: “Coma de cinco a seis pequenas refeições por dia” para promover a sua saúde e perda de peso.
Antigamente não se falava isso, mas agora se tornou um verdadeiro dogma nutricional, tão profundamente enraizado em nossas psiques que nós raramente pensamos em questionar.
O interessante é que quando você fala para as pessoas “coma várias pequenas refeições”, o que elas ouvem é “coma o tempo inteiro”, uma atividade que a maioria da população já faz…
Não é de se estranhar que a taxa de obesidade começou a subir muito a partir do momento que houve o endosso generalizado de refeições mais frequentes.
Mas essa teoria de comer de 5 a 6 pequenas refeições por dia para promover a saúde e a perda de peso… É completamente sem sentido!
Em um estudo do Centro Médico da Universidade de Maastricht, na Holanda avaliou-se as diferenças em uma dieta de baixa frequência de três refeições por dia versus uma dieta de alta frequência de 14 pequenas refeições por dia.
A conclusão é que não houve o benefício de perda de peso em comer refeições menores e mais frequentes.
Os pesquisadores concluíram que a dieta de baixa frequência leva a níveis mais baixos de açúcar sanguíneo, o que sugere que “isto pode levar a um melhor controle de peso a longo prazo”.
Além disso, essa dieta de três refeições por dia produziria maior sensação de saciedade (plenitude), significando que as pessoas estudadas não sentiam fome ao longo do dia e praticavam melhor controle da fome.
Outros estudos, tanto baseados em homens jovens e saudáveis quanto em com homens obesos, com uma dieta alta em proteínas, mostraram os mesmos resultados.
E fica até pior para este negócio todo de “várias refeições”: Um pequeno estudo mediu níveis de glicose sanguínea em pessoas que comiam três ou seis refeições altas em carboidratos por dia e pessoas que comiam seis refeições altas em proteínas por dia. A glicose permaneceu elevada por mais tempo durante o dia nas pessoas que ingeriam seis refeições ricas em carboidratos. A glicose sanguínea cronicamente alta pode levar à resistência à insulina, frequentemente um passo preliminar para a diabetes Tipo 2.
Então, qual é a solução? Jejum prolongado!
Seu impacto positivo na saúde e longevidade é evidenciado através de diversos mecanismos que contribuem para esse feito, tais como:
- Normalizar a sua sensibilidade à insulina, que é a chave para a ótima saúde, sendo este o fator primário de quase todas as doenças crônicas, de diabetes à doença cardíaca e mesmo o câncer.
- Normalizar os níveis de grelina, conhecido como o hormônio da fome.
- Estimular a produção do hormônio do crescimento, que tem papel de importância à parte no condicionamento físico e retardo do envelhecimento.
- Redução de triglicérides.
- Redução de inflamação.
- Mudanças fisiológicas que incluem: diminuição de insulina no sangue, diminuição de concentração de açúcar no sangue, diminuição de pressão arterial, diminuição da frequência cardíaca, melhora da função imunológica e reduz a gordura corpórea.
- Redução de estresse oxidativo: o jejum diminui o acúmulo de radicais livres na célula, prevenindo com isso o dano oxidativo às estruturas celulares, às proteínas, gorduras e ácidos nucleicos associados ao envelhecimento e ao aparecimento de doenças.
- Aumento da capacidade de resistência do estresse, doença e envelhecimento: o jejum induz a resposta celular ao estresse (semelhante ao que o exercício faz) na qual hiper-regula a expressão dos genes que aumentam a capacidade de lidar com o estresse, resistência a doenças e envelhecimento.
- Aumenta a eficiência energética da mitocôndria e com isso retarda envelhecimento e o surgimento de doenças que, normalmente, estão associadas ao declínio de energia mitocondrial.
Este programa traz resultados incríveis. O que você precisa manter em mente é o que você come ou com que frequência você come. Atenha-se à dieta alta em gorduras, média em proteínas e baixa em carboidratos para obter os melhores resultados.Do contrário, os açúcares nos carboidratos que você consome afetarão o seu nível de insulina, invalidando os efeitos do jejum.
Referências bibliográficas:
- E-Book Jejum Prolongado
- Eurekalert, Study finds routine periodic fasting is good for your health, and your heart, April 3, 2011
- Journal of Applied Physiology July 28, 2005: 99(6); 2128-2136
- Cell Metabolism June 6, 2012: 15(6); 848-860
- Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism 1991:74(4); 757-765
- New England Journal of Medicine 2013; 368:446-454