Há cerca de 3 anos atrás, quando publiquei o caso clínico do marido da Dra. Newport, que conseguiu reverter a Doença de Alzheimer do seu marido, diagnosticado em estágios iniciais, isso causou muitos comentários e interesse no assunto. Na época, houve questionamentos sobre esse sucesso do uso do óleo de coco… Mas, ao mesmo tempo, até hoje recebo notícias de alguns leitores que usaram a mesma estratégia com sucesso em algum familiar.
Agora, o Health Byrd Alzheimer’s Institute, da University of South Florida (USF), na Florida, está pesquisando como o óleo de coco pode trazer benefícios contra a Doença de Alzheimer. Trata-se do primeiro estudo clínico deste tipo para testar a teoria da Dra. Newport.
No estudo, com 65 pacientes diagnosticados com Alzheimer de leve a moderado, têm sido acompanhados e avaliados os efeitos do óleo de coco na doença, em comparação com um placebo.
Teoria da Dra. Newport
Segundo a teoria da Dra. Newport, os corpos cetônicos atuam como um combustível alternativo para o cérebro. Ele é produzido quando se digere o óleo de coco, podendo promover fantásticos benefícios no combate a Doença de Alzheimer. Este pode ser uma das maiores descobertas naturais para a saúde.
Óleo de coco: supercombustível cerebral
Existem 2 tipos de combustível que o seu corpo converte em energia:
- Carboidrato / açúcar
- Gordura
Quando o seu corpo converte gordura em energia, ele produz corpos cetônicos, cuja fonte primária são os triglicérides de cadeia média. O óleo de coco contém cerca de 66% destes TCM.
Como agem os triglicérides de cadeia média
Os TCM são gorduras processadas diferentemente pelo nosso corpo, quando comparados com triglicérides de cadeia longa, cuja metabolização depende da bile para ser metabolizada pelo seu sistema digestivo.
Já os TCM vão direto para o fígado, aonde são convertidos naturalmente em corpo cetônicos, sem necessidade da bile. Com isso, rapidamente o seu fígado libera os corpos cetônicos na sua circulação. Eles são transportados para o seu cérebro para ser usado prontamente como combustível.
Apesar do cérebro funcionar bem à base de glicose, há evidências sugerindo que os corpos cetônicos podem, na verdade, ajudar a restaurar e renovar os neurônios e a função nervosa do seu cérebro – mesmo que já esteja lesado previamente.
Na verdade,o mecanismo de ação pelo qual os TCM se transformam em corpos cetônicos, parece ocorrer pelo fato do seu corpo reconhecer os TCM como se fossem carboidrato, e não gordura.Isso permite que a energia gerada pelos corpos cetônicos entre na circulação sem estimular o aumento de insulina, como acontece quando os carboidratos entram na circulação.
Resumindo: o óleo de coco é um óleo que age como se fosse carboidrato, porém não altera a insulina quando usado como combustível cerebral!
Quanto de óleo de coco usar?
Segundo os cálculos da Dra. Newport, seus estudos se baseiam em 20 gramas de TCM por dia. Para isso, seriam necessário 4 colheres de sopa diárias, o que é indicado tanto preventivamente contra doenças degenerativas neurológicas, como em situações já instaladas. Porém, entenda que não são todas as pessoas que toleram o óleo de coco da mesma forma. É bom ir aumentando aos poucos essa dosagem.
Apesar de mais pesquisas serem feitas nesta área, entendo que associar o óleo de coco na sua dieta, ou de algum ente querido que esteja apresentando sintomas de degeneração cerebral, só pode trazer benefícios e, com certeza, nenhum malefício. Então, porque não tentar?
Além disso, as evidências científicas são claras: a epidemia de Doença de Alzheimer acontece basicamente por excesso de consumo de carboidrato refinado e pouquíssima gordura na dieta.
Segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine, em 2013, fica claro que mesmo em pequena elevação de glicemia já está associado com risco aumentado de demência. O risco de Doença de Alzheimer dobra nos indivíduos com Diabetes tipo 2, sendo então a Doença de Alzheimer considerada a Diabetes tipo 3.
Por outro lado, os corpos cetônicos gerados da metabolização dos TCM devem ser considerados um SUPERALIMENTO CEREBRAL, um alimento médico e até mesmo um produto farmacêutico que deva ser prescrito a esses pacientes, sendo uma nova esperança de tratamento, tanto preventivo como curativo.
Considerando que leva-se cerca de 15 anos para a doença se instale e que acima dos 65 anos de idade, o risco aumenta muito… Quanto antes você começa, melhor!
Referências bibliográficas:
- Dr. Mary Newport, July 22, 2008
- Neurology, October 2010;75(16):1402-1403
- Journal of Neurological Sciences 15 October 2013
- Journal of Alzheimer’s Disease, 2011: 25(1); 151-62
- Neurology October 19, 2010: 75(16); 1402-3
- Journal of Neuroscience, April 27, 2005: 25(17); 4217-4221