Os estudos mais recentes mostram claramente que há uma profunda diferença entre animais criados confinados e aqueles criados soltos no pasto. Vale a pena prestar atenção, se você está pensando na sua saúde e na saúde do nosso ambiente.
Segundo o estudo publicado no British Journal of Nutrition, há uma clara diferença entre carne, leite e ovos de animais criados a pasto e animais criados confinados.
De acordo com a maior pesquisa já publicada sobre o assunto, avaliando-se cerca de 280 estudos, observou-se maior concentração de vitaminas, minerais e de ácidos graxos essenciais. Veja os dados:
Ovos de galinha criadas soltas são mais nutritivos do que ovos de galinhas criadas confinadas. Há:
- 2/3 mais vitamina A;
- 2 vezes mais ômega 3;
- 3 vezes mais vitamina E;
- 7 vezes mais beta caroteno
Leite orgânico contém:
- 40% mais CLA (combate câncer, reduz resistência à insulina e emagrece);
- 25% menos ômega 6;
- 62% mais ômega 3;
- níveis superiores de vitamina E;
- níveis superiores de ferro;
- níveis superiores de carotenoides (antioxidantes).
Carne vermelha orgânica contém:
- 500% mais CLA do que carne de animal confinado;
- maior concentração de ômega 3;
- níveis superiores de vitamina E;
- níveis superiores de vitamina B12 e ácido fólico;
- níveis superiores de carotenoides (antioxidantes);
- maior concentração de minerais.
Como seu alimento se desenvolve faz toda a diferença
Atualmente, as pessoas escolhem carne, ovos e leite de animais criados soltos por 3 razões principais:
- bem estar animal
- impacto positivo no meio ambiente
- maiores benefícios de saúde
Esses fatores fornecem níveis mais desejáveis de ômega 3 e menos ácidos graxos que podem gerar doença cardíaca e doenças crônicas. Além disso, apresentam uma maior concentração de nutrientes antioxidantes vitais na manutenção e prevenção das doenças.
Outro ponto importante a ser considerado é que são livres de antibióticos, ao contrário dos animais confinados, que precisam desses para evitar que adoeçam (profilática) nessa fase e porque os estudos mostram que o uso de antibióticos age como promotor de crescimento. Com isso, aumenta-se mais um problema sério com que convivemos: as doenças por resistência a antibióticos.
Hoje, nos Estados Unidos, por exemplo, 80% do antibiótico produzido é usado em animais confinados. Além disso, há outras drogas usadas nesses animais. No caso da carne vermelha, felizmente, no Brasil, mais de 80% do gado é criado a pasto, ao contrário dos EUA, aonde 96% do gado é confinado. Lá, toda a carne é confinada, e o mesmo ocorre na Europa.
Portanto, ainda podemos comer carne, ou seja, a melhor carne do planeta, apesar da tendência por confinamentos estar aumentando, o que não é interessante em termos de saúde.
Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, a carne a pasto vem sendo cada vez mais valorizada, embora ainda só seja encontrada em boutiques de carne, sendo extremamente procuradas e valorizadas.
Vale lembrar também o seguinte: toda vez que surge um artigo condenando a carne de animais confinados, veja aonde foi feito o estudo. Certamente, analisando carnes de animais que cresceram confinados, só teremos notícias desfavoráveis para a saúde… o que certamente NÃO ocorre com o produto brasileiro.
Abuso de antibióticos
Recentemente, em dezembro de 2015, os pesquisadores descobriram um novo gene, chamado mcr-1, em porcos e pessoas na China e em frangos na Alemanha. Esse gene tem alto potencial epidêmico, por ter DNA móvel que pode ser facilmente copiado e transferido entre diferentes bactérias. Isso significa que a resistência a um antibiótico pode passar rapidamente de uma bactéria a outra, eliminando a possibilidade de tratamento médico para uma gama enorme de infecções bacterianas.
Assim, podemos passar de uma situação atual de super bactérias de extensiva resistência a antibióticos para bactérias resistentes a todos os antibióticos. Uma solução para evitar o problema é reduzir o confinamento de animais, consequentemente reduzindo o abuso de antibióticos. Então, quando for comprar carne, procure sempre saber se vem de animais criados a pasto. Isso só trará benefícios e impactos positivos para você e para o meio ambiente!
Referências bibliográficas:
- Nutrition Journal 2010; 9: 10
- Annals of Internal Medicine September 4, 2012; 157(5)
- Clin Microbiol Infect 2012; 18: 268–281
- Johns Hopkins October 12, 2012
- Gastroentorology 2013 Jun;144(7):1394-1401
- JAMA Internal Medicine 2013 Nov 25;173(21):1980-90
- British Journal of Nutrition 2014 Jun 26:1-18
- Lancet Infectious Diseases November 18, 2015
- Review on Antimicrobial Resistance