Se você é como a maioria das pessoas e adora uma xícara de café de manhã – mas carrega consigo uma sensação de culpa – é hora de esquecer isso. Existem muitos benefícios nesse delicioso hábito. Quem fala é a ciência!
Pessoas que tomam café têm menos risco de desenvolver:
Envelhecimento precoce
O café apresenta altas concentrações de antioxidantes, como ácido hidrocinamico e polifenóis, que protegem a sua célula contra os radicais livres, os principais responsáveis pelo envelhecimento
Diabetes tipo 2
Segundo os estudos, a bebida tem sido associada6 com menor risco de diabetes tipo 2, e os pesquisadores acreditam que seja por causa da cafeína, que aumenta a sensibilidade do corpo à insulina, assim requerendo menos hormônio. Isso, por sua vez, pode reduzir a inflamação, que é um fator de risco para diabetes e câncer.
Depressão
O café afeta uma série de neurotransmissores relacionados ao controle do humor, então beber um copo da manhã pode ter um efeito sobre o seu senso geral de bem-estar.
Segundo estudos, o café desencadeia um mecanismo em seu cérebro que libera o Fator neurotrófico (BDNF), que ativa suas células-tronco cerebrais para se converterem em novos neurônios, melhorando assim a saúde do cérebro. É sabido que níveis baixos de BDNF podem desempenhar um papel significativo na depressão.
Cirrose hepática não alcoólica
O café parece ter benefícios adicionais para a saúde do fígado, retardando a progressão da doença do fígado para a cirrose, melhorando as respostas em pessoas com hepatite C e diminuindo o risco de morte em pessoas com cirrose.
Seu benefício potencial para a saúde do fígado parece ser tão importante que os pesquisadores declararam que o consumo diário de café deve ser encorajado em pessoas com doença hepática crônica.
Doença de Parkinson
O consumo mais alto de café também está associado a um menor risco de doença de Parkinson, pois a cafeína possui propriedades neuroprotetoras e supressoras de citocinas pró-inflamatórias.
Esclerose múltipla
Beber de quatro a seis xícaras de café por dia está associado a um risco menor de esclerose múltipla, pelas mesmas propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, já citadas.
Demência e Doença de Alzheimer
A cafeína estimula a formação de novos neurônios, pois promove a produção dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que desencadeiam a liberação do fator neurotrófico (BDNF), ativando células-tronco cerebrais.
Observou-se que os indivíduos que consumiam mais café são menos propensos a progredir para a demência, além de terem mais humor, memória e função cognitiva.
Câncer
Apesar de alguns estudos individuais tenham sugerido que o consumo de café pode aumentar seu risco de câncer, já nos casos das meta-análises a associação desaparece e, de fato, torna-se protetora.
Em uma meta-análise de 2007, descobriu-se que um aumento no consumo de duas xícaras de café por dia foi associado a um risco reduzido de câncer de fígado de 43%, achado esse confirmado por pesquisas mais recentes.
Numa outra meta-análise envolvendo 59 estudos, observou-se que um aumento no consumo de uma xícara de café por dia foi associado a um risco reduzido de câncer de 3%. Nessa mesma avaliação, ficou claro que o consumo de café estava associado com a redução de risco de câncer de bexiga, colo retal, próstata, bucal, faríngeo, esofágico, hepatocelular, leucêmico, pancreático, endometrial, mama e pele.
Beber 4 ou mais xícaras de café por dia reduz o risco de câncer de colón recorrente ou morte em 52% em comparação com aqueles que não bebiam café. O consumo menor, de 2 ou 3 xícaras por dia, também foi benéfico, reduzindo o risco de recorrência ou morte em 31%.
Saúde cardíaca
Como o café melhora a sensibilidade à insulina, consequentemente reduz inflamação silenciosa. Esses fatores também reduzem o risco cardiovascular, o que pode desencadear um aumento de 30% no fluxo sanguíneo.
Em um estudo de mais de 25.000 pessoas, aqueles que bebiam uma quantidade moderada de café, (três a cinco xícaras por dia),eram menos propensos a ter depósitos de cálcio em suas artérias coronárias do que aqueles que não bebiam café.
Numa outra analise, observou-se que o café moderado reduz suas chances de ser hospitalizado por problemas de ritmo cardíaco. Uma meta-análise com 11 estudos e quase 480.000 pessoas descobriu que beber de duas a seis xícaras de café ao dia estava associado a um menor risco de acidente vascular cerebral.
Exercício
Aumenta adrenalina, que promove a liberação de ácidos graxos dos seus depósitos de gordura, causando um aumento de energia. Este é o momento oportuno para se exercitar e queimar essa gordura liberada.
Além disso, o consumo antes da atividade física aumenta a concentração de antioxidantes, reduz risco de lesões por estresse oxidativo e inibe a enzima mTOR (Mammalian Target of Rapamicina).
Morte prematura
O consumo de café está inversamente associado à morte prematura, segundo pesquisas publicadas no New England Journal of Medicine. Quanto mais café se bebia, menor o risco de morte, incluindo mortes por infecções, diabetes, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias, lesões e acidentes.
Quando os benefícios são perdidos…
Os estudos são bem claros que o efeito terapêutico encontra-se no café normal, pois o descafeinado tem 97% de redução de cafeína e componentes bioativos. Por isso ele é bem menos efetivo, além de agregar possíveis carcinógenos, como o cloreto de metilo, usado no processo de descafeinização.
Outro detalhe importante: se você usar café normal e adicionar açúcar, adoçantes, leite e creme de leite, você estará perdendo os benefícios terapêuticos e potencializando os riscos de saúde.
Porém, café não é para todos. A intolerância à cafeína, que parece ter bases genéticas, causa uma série de sintomas desagradáveis, de ansiedade a tremores, insônia a irritação gástrica.
E gestantes devem estar longe dele também, por afetar adversamente o feto. Se você é tolerante à cafeína, delicie-se com 4 ou 5 cafés por dia. Ele vai afastar a doença e aumentar sua expectativa de vida. E, no mínimo, você terá consideravelmente maior prazer nos seus dias!
Referências bibliográficas:
- Gastroenterology May 2007, Volume 132, Issue 5, Pages 1740-1745
- JAMA. 2000;283(20):2674-2679.
- BMC Cancer 2011, 11:96
- Am. J. Epidemiol. (2011) 174 (9): 993-1001.
- N Engl J Med 2012; 366:1891-1904
- J Alzheimers Dis. 2012;30(3):559-72.
- WebMD November 20, 2013
- The New York Times May 11, 2015
- Heart March 2, 2015
- Liver International April 2014, Volume 34, Issue 4, pages 495-504
- JNCI J Natl Cancer Inst (2015) 107 (2): dju421
- American Academy of Neurology 67th Annual Meeting Abstract