“Eu acho que estou tendo um ataque cardíaco.”
Para início de conversa, uma dica pra você amiga leitora: se você suspeita que está tendo um ataque cardíaco, diga logo. Se precisar dizer outra vez, diga. Diga outra vez quando estiver pedindo ajuda. Repita quando o socorro chegar. Fale mais uma vez quando chegar ao hospital e com todo mundo que encontrar no caminho, até que você receba a ajuda que precisa. Mas não deixe de dizer:
“Eu acho que estou tendo um ataque cardíaco.”
Pode parecer exagero, mas se você não fizer isso, o médico (mesmo que seja o seu de confiança), por melhor que ele seja, não verá os sinais de advertência de um ataque cardíaco. Ele pode não ver porque, acredite se quiser, ele provavelmente nem sabe o que é!
É claro que existem aqueles sinais clássicos como o aperto no peito e aquela dor que corre pelo braço. Mas, minha amiga, isso é nos homens. Apenas 43% das mulheres sentem dor no peito durante um ataque cardíaco; já um terço não sente dor alguma no peito e, infelizmente, muitos médicos não estão cientes disso.
A maioria dos estudos sobre ataques cardíacos são sobre homens, então os médicos procuram os sinais de advertência tipicamente masculinos. Mas os sintomas nas mulheres são tão diferentes que os médicos não são os únicos a não vê-los por completo. As mulheres também não. Tanto é que elas não buscam ajuda porque não sabem que estão tendo um ataque cardíaco. Não é de se estranhar que os ataques cardíacos são mais fatais nas mulheres!
Os homens precisam saber disso também, pois eles podem, literalmente, ajudar a salvar a vida de alguém que amam muito.
Bem, eu estou aqui para igualar o placar e dar às mulheres uma chance melhor. Então, lembre-se destas três palavras: CONHECER, PROCURAR e ENSINAR.
CONHECER os sinais de advertência. PROCURAR ajuda quando você senti-los. ENSINAR o seu médico se ele for denso demais para deduzir que você possa estar tendo um ataque cardíaco.
E o que você precisa CONHECER começa com…
OS SINAIS DE ADVERTÊNCIA SOBRE OS QUAIS NINGUÉM ALERTOU
O sinal de advertência mais comum de um ataque cardíaco nas mulheres (relatado por mais da metade delas) é a falta de ar. É muito comum que as mulheres quando começam a ofegar pensem que é só um sinal de que estão fora de forma ou só ficando mais velhas. Elas certamente não pensam que estão tendo um ataque cardíaco.
Mas se você está ofegante sem razão quando está apenas sentada, ou sem ar fazendo algo que nunca te deixou cansada antes, PROCURE ajuda. Você pode estar tendo um ataque cardíaco e qualquer uma destas respiradas trabalhosas pode ser a sua última.
Em muitas mulheres a falta de ar é o ÚNICO sinal de advertência de um ataque cardíaco, mas metade delas sente fraqueza súbita com ou sem falta de ar. E mais de 40% descobrem que estão lutando contra uma fadiga súbita e incomum.
Outros sinais que merecem atenção são a sensação de uma onda de calor ou uma sensação de estar com calor e frio ao mesmo tempo. Você pode até começar a transpirar por nenhuma razão aparente.
Fique atenta também para sintomas como tontura, náusea, indigestão e azia, especialmente se esses sinais aparecerem sem nenhuma razão aparente.
É claro que algumas mulheres sentem a clássica dor no peito. Uma dor que se estende para as costas, ombros, pescoço, braços e até para a mandíbula.
Às vezes a dor é apenas dor e a azia é apenas azia, mas você conhece o seu corpo. Você sabe quando sente que as coisas estão certas e o mais importante, você sabe quando sente que algo está errado.
E se parece estar só um pouquinho errado, não dê de ombros e não tenha medo de PROCURAR ajuda. Ligue para o serviço de emergência e use aquelas oito palavras:
“Eu acho que estou tendo um ataque cardíaco.”
Uma vez que você esteja no Pronto Socorro, não conte com o médico para fazer a dedução. Como eu disse, ele estará procurando pela dor no peito clássico. Então, você precisará ENSINAR a ele que os sinais são diferentes nas mulheres.
E faça o que fizer, não deixe ele te mandar para casa até que você tenha feito um eletrocardiograma (ECG), um teste diagnóstico enzimático ou outro teste que possa certificar que a sua “bombinha” esteja trabalhando direito.
Mas, você não pode fazer nada disto sem aquele primeiro passo: CONHECER.
Não apenas leia este artigo, memorize os sinais de advertência para que você possa CONHECER estes sinais, se necessário. Aí, certifique-se de que você compartilha o que sabe com as mulheres da sua vida, porque elas precisam saber disso também.
Já dizia o ditado que conhecimento é poder. Então, use-o para salvar vidas!
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Referências bibliográficas:
– Cecil: Tratado de Medicina Interna – Lee Goldman, Dennis Ausiello. 2005