As pessoas hoje são uma polifarmácia ambulante

É impressionante como as pessoas chegaram a esse grau de falta de saúde que vemos hoje em dia.

Elas perderam a qualidade de vida devido à desnutrição subclínica de longa data.

Vivem em silêncio, tentando corrigir problemas como o distúrbio do sono; a falta de energia; os problemas mentais; e até mesmo sem condições para trabalhar.

Suas queixas são atendidas com o princípio: um sintoma, um remédio. E com isso, elas vão entrando cada vez mais numa espiral para baixo, onde só se aumentam as dosagens dos remédios e/ou os associam a outros para contornar os efeitos negativos dos primeiros.

Assim, os anos vão passando e os próprios remédios vão gerando seus efeitos colaterais em paralelo com o envelhecimento que, por si só, já aumenta o risco de doenças crônicas.

As pessoas estão sempre buscando atalhos para a saúde e a maioria não entende a importância da prevenção. Elas simplesmente ignoram questões como a alimentação adequada e os bons hábitos de vida.

 

Medicações mais consumidas

As medicações mais consumidas atendem, obviamente, às condições com maior reclamação, que são doença cardiovascular, problemas gastrointestinais e nos sistemas respiratório, endócrino e imunológico, entre outros.

Veja quais são essas medicações:

  • Acetaminofeno: analgésico usado para alívio da dor.
  • Albuterol: broncodilatador usado para tratar asma, bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares.
  • Amoxicilina: antibiótico penicilina usado para tratar infecções.
  • Atenolol: betabloqueador usado para tratar pressão alta e dor no peito.
  • Atorvastatina: estatina para tratar o colesterol alto.
  • Besilato de amilodipina: bloqueador dos canais de cálcio usado para tratar a pressão alta e a dor no peito (angina).
  • Fluoxetina: medicamento utilizado para tratar depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e outras condições de saúde mental.
  • Furosemida: diurético usado para tratar a retenção de líquidos.
  • Gabapentina: anticonvulsivante usado para tratar convulsões, bem como dor e ansiedade (um uso off-label).
  • Hidroclorotiazida: diurético usado para tratar a pressão alta e a retenção de líquidos (edema).
  • Levotiroxina: medicamento usado para tratar o hipotireoidismo.
  • Lisinopril: inibidores da enzima de conversão da angiotensina, usado para tratar pressão alta e insuficiência cardíaca.
  • Losartana: medicamento anti-hipertensivo usado para tratar a pressão alta.
  • Metformina: medicamento para tratar o diabetes tipo 2.
  • Metoprolol: betabloqueador usado para tratar pressão alta, dor no peito e insuficiência cardíaca.
  • Omeprazol: inibidor da bomba de prótons usado para tratar azia, úlceras estomacais e doença do refluxo gastroesofágico.
  • Pravastatina: estatina usada para tratar o colesterol alto.
  • Sertralina: inibidor seletivo de recaptação de serotonina (SSRI) usado para tratar depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno do pânico e outras condições de saúde mental.
  • Sinvastatina: uma estatina para tratar o colesterol alto.

 

Reações adversas mais comuns

Entre as reações adversas mais relatadas entre os usuários destas medicações podemos citar:

– Alopecia

– Anemia

– Ansiedade

– Conjuntivite alérgica

– Depressão

– Dor abdominal

– Dor de cabeça

– Dor no peito

– Edema

– Hemorragia

– Inchaço nas articulações

– Infecção do trato urinário

– Infecções respiratórias superiores

– Infecções virais

– Infeções fungais

– Insuficiência renal

– Rinite alérgica

– Tremor

– Trombose

– Visão prejudicada

– Zumbido

 

 Adultos usam múltiplos remédios

Mais da metade da população americana adulta – e a nossa não é diferente – toma regularmente em média 4 tipos de medicação. E mais, cerca de 75% das pessoas tomam ao menos um remédio por dia.

Com isso, segundo o FDA, as reações adversas aos remédios, como as que citamos anteriormente, aumentam exponencialmente.

 

As crianças também estão hipermedicadas

Não se engane pensando que somente os adultos estão se medicando além da conta. Entre as crianças, no período entre 1997 e 2016, houve um aumento de 85% no número de prescrições de medicamentos. O mais assustador é que a população infantil cresceu apenas 21% nesse mesmo período de tempo. Se você reparou bem, essa conta não fecha.

O Citizens Commission of Human Right, um grupo de saúde mental, observou as medicações mais usadas em crianças e adolescentes e apontou que:    

  • Entre bebês com até 1 ano e crianças os medicamentos mais prescritos foram ansiolíticos, antidepressivos, medicamentos para TDAH e antipsicóticos.
  • Os adolescentes aumentaram o uso de antidepressivos em 38% de 2015 a 2019, enquanto entre os adultos o aumento foi de apenas 12% no mesmo período.

De acordo com a revista Psychology Today, em 2021, já durante a pandemia, uma em cada 12 crianças e adolescentes menores de 18 anos estava sob medicação para transtorno de déficit de atenção (TDAH), autismo ou dificuldades com emoções, concentração ou comportamento.

A publicação trouxe ainda queisso inclui 1,2% dos pré-escolares e 12,9% dos jovens de 12 a 17 anos (1 em 8) ”. Ela acrescentou ainda que, mesmo crianças de até 2 anos, “estavam sendo forçadas a tomar drogas antipsicóticas poderosas (…), principalmente em conjunto com uma ou mais outras drogas psiquiátricas para o diagnóstico, particularmente vago, de ‘transtorno global do desenvolvimento’”.

Ou seja, usar vários medicamentos psicotrópicos para tratar ansiedade, depressão ou transtorno de déficit de atenção (TDAH) nos dias de hoje é incrivelmente comum entre os jovens, gerando um aumento dessa polifarmácia psicoterapêutica.

É triste pensar, mas se nessa idade já estão sendo conduzidos assim, imagine quando chegarem na idade adulta?

 

Referências bibliográficas:

– Pharmacy (Basel). 2018 Jun; 6(2): 43., Figure 1 e 3

– Merck Manual July 2021

– PR Web May 21, 2014

– The New York Times August 27, 2022

– Psychology Today August 17, 2021

– Pediatrics (2020) 146 (1): e20192832

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