A hipertensão arterial atinge cerca de 30% dos adultos, e para piorar, destes, pelo menos a metade não a controla.
Com isso, insidiosamente estimulam um aumento de uma condição conhecida como “doença da substância branca”, aonde há maior incidência de lesão da substância branca cerebral, aumentando o risco de demência.
Portanto, o tratamento oportuno da pressão arterial protege do risco isquêmico dos pequenos vasos cerebrais que levam à demência, segundo publicação recente no JAMA.
Para combater o problema, há as orientações clássicas: caminhadas, perda de peso e restrição do sal. No entanto, é importante lembrar que pesquisadores europeus descobriram que consumir baixos níveis de sal está ligado a uma taxa mais alta de doença cardiovascular e morte. (Para saber mais sobre isso, basta clicar aqui).
Agora quero que você veja as 5 causas que contribuem para a pressão alta e frequentemente passam desapercebidas.
São elas:
1. Resistência à insulina e leptina
Conforme essa situação piora, consequentemente haverá aumento da pressão arterial. Estudo publicado no Diabetes Care mostra que:
“A insulina pode aumentar a pressão arterial através de vários mecanismos: aumento da reabsorção renal de sódio, ativação do sistema nervoso simpático, alteração do transporte de íons transmembranares e hipertrofia dos vasos de resistência. Por outro lado, a hipertensão pode causar resistência à insulina, alterando a entrega de insulina e glicose para células musculares esqueléticas, resultando em diminuição da captação de glicose”.
2. Níveis elevados de ácido úrico
Com aumento da ingesta de frutose, parte desta gera um metabólito tóxico, que é o ácido úrico. Com isso, desencadeia lesão renal induzindo aumento da pressão arterial por inibição do óxido nítrico nos vasos sanguíneos.
Portanto, a correção da alimentação, com redução dietética da frutose, é uma maneira eficiente de reduzir os problemas pressóricos.
3. Poluição ambiental
A exposição a metais tóxicos como chumbo, mercúrio, cadmio, causa inflamação silenciosa, que tem reflexo direto na pressão arterial. Clique aqui para saber mais.
4. Poluição sonora
O estresse sonoro afeta o seu sistema autônomo e endócrino, influindo na pressão arterial. Publicação no European Cardiology Review, mostra que:
“O aborrecimento crônico causa estresse, caracterizado por níveis aumentados de hormônios do estresse, como cortisol e catecolaminas. O estresse crônico pode, por sua vez, causar uma série de adaptações fisiopatológicas, como aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e do débito cardíaco.”
Estratégias para baixar a pressão arterial
Dieta keto
Consuma gordura boa em abundância, proteína em moderação, muitas fibras e o mínimo possível de carboidratos refinados, açúcar, frutose, grãos e frutas, pois esta alimentação é um gatilho para elevar insulina e ácido úrico.
Procure manter:
– insulina de jejum entre 3 e 5 mcU / mL
– ácido úrico:
- para homens: entre 3 e 4,5 mg/dl e
- para mulheres: entre 2,5 e 3,5 mg/dl
Vinagre de maçã
Fornece uma proporção adequada de sódio / potássio, tão incomum na dieta moderna, equilibrando melhor esses minerais. Com isso, há uma redução da pressão arterial.
Suplementos
– Magnésio
Combate a inflamação,relaxa as artérias, permitindo um fluxo sanguíneo mais suave, e com isso reduzindo a pressão arterial
– Ômega 3
Os ácidos graxos essenciais ômega-3 promovem uma pressão sanguínea melhor. De acordo com estudo publicado no Journal Hypertension, indivíduos com os níveis séricos mais altos de ômega-3 também tiveram as menores leituras de pressão arterial.
Procure consumir peixes oleosos com pouco mercúrio e outros poluentes, como salmão selvagem do Alasca, sardinha e anchova. Outra opção é suplementar com óleo de krill ou ômega 3 ultrafiltrado.
– Vitamina D
Sua deficiência, está associada à rigidez arterial e hipertensão.
Procure manter seus níveis séricos entre 80 e 100 ng / ml
É importante a exposição da pele nua à luz solar, que aumenta a produção de vitamina D, com isso influenciando os valores pressóricos de várias maneiras como:
- inibe a produção de hormônios da paratireoide, reduzindo a pressão sanguínea.
- aumenta os níveis de óxido nítrico na pele, dilatando os vasos sanguíneos, consequentemente reduzindo a pressão sanguínea.
- regula o sistema renina-angiotensina (RAS) do seu corpo, reduzindo a pressão arterial. Em situações de deficiência de vitamina D, pode ocorrer uma ativação inadequada do seu sistema renina-angiotensina (RAS), levando a aumento de pressão.
- reduz a resistência à insulina e à síndrome metabólica, uma condição que compreende níveis elevados de colesterol e triglicerídeos, resistência à insulina, obesidade e pressão alta.
- liberação de endorfinas, substâncias químicas cerebrais que aliviam o estresse, a dor e gera sensação de euforia, fatores que melhoram a pressão arterial.
– Exercício
Um programa de condicionamento físico de rotina com treinamento supra aeróbico e exercícios resistidos estimula a produção de óxido nítrico, ajudando a normalizar sua sensibilidade à insulina e pressão arterial.
Acho que ficou claro que são todas medidas naturais e simples de colocar em prática. Então, que tal começar agora? É hora de combater a hipertensão!
Referências bibliográficas:
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- Better Health While Aging, Cerebral Small Vessel Disease
- Diabetes Care 2003 Mar; 26(3): 805-809
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- Kidney & Blood Pressure Research 2015;40:207-214
- European Cardiology Review 2017 Aug; 12(1): 26–29, Pathophysiology of Noise-Induced Increases in Blood Pressure
- Medical News Today July 12, 2016
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- Emory/Georgia Tech Predictive Health Institute Press Release April 4, 2011
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- www.drrondo.com/vitamina-d-melhora-hipertensao/