Relacionar o estresse aos problemas do coração – inclusive o ataque cardíaco – já se tornou quase parte da cultura popular.
Se você perguntar pra qualquer pessoa, com certeza ela irá dizer que o estresse aumenta o risco de infarto.
Mas algo que nem todo mundo sabe é que, até agora, não havia tantas evidências comprovando essa ideia.
Boa parte dos estudos avaliava o estresse em indivíduos que tinham ataque cardíaco por meio de entrevistas, na qual os voluntários relatavam ter uma vida estressante ou passar por algum estresse pouco antes do episódio.
É claro que essa já era uma pista importante, mas que precisava de uma confirmação. E essa é a novidade do dia!
Ataque cardíaco e estresse, uma relação íntima
O novo método de avaliar a relação entre estresse e ataque cardíaco foi desenvolvido pelos pesquisadores da Linköping University, na Suécia.
A ideia é simples, mas genial: analisar os níveis de cortisol, o hormônio ligado ao estresse, nos fios de cabelo de homens e mulheres que tinham passado por infartos recentemente.
Assim, foi possível ter uma medida biológica dos níveis de estresse não só no momento do ataque cardíaco, mas ver um “retrato” desses níveis nos meses anteriores.
Calculando a estatísticas, foi possível observar se de fato essas pessoas passavam por estresse de longo prazo.
A primeira conclusão foi a esperada: as pessoas que tiveram infarto tinham níveis maiores de cortisol no mês anterior ao episódio.
Mas também foi feita uma comparação com indivíduos que não tiveram nenhum problema cardiovascular…
… Concluindo que realmente aqueles que infartaram tinham níveis mais altos de cortisol – e, vale a pena repetir, não só no momento do infarto, mas meses antes!
Resumindo: ficou comprovado, através de marcadores biológicos, que o estresse a longo prazo pode sim levar você a um ataque cardíaco!
Não dê chance para o estresse
Às vezes, é impossível prever e evitar situações estressantes, como um desastre, uma grande tristeza etc. E a pandemia está aí para comprovar isso.
Mas o que essa pesquisa deixa claro é que devemos combater o estresse frequente e de longo prazo, aquele que acontece no dia a dia e mina a nossa saúde.
Já estão mais que comprovados vários malefícios dessa rotina estressante, desde a perda óssea, aumento de doenças crônicas e até prejuízos aos fetos, no caso das gestantes.
Então, busque alternativas para minimizar o estresse, como…
- Praticar atividade física regularmente;
- Cultivar hábitos que lhe dão prazer, como uma boa música ou qualquer outro hobby que goste;
- Meditação, como mindfulness ou outras;
- Alimentação saudável, incluindo alimentos detox;
- Melhorar a ecologia intestinal, com alimentos e suplementos probióticos, além do consumo de fibras prebióticas;
- Use óleos essenciais no ambiente, pois alguns desses aromas são ótimos para redução do estresse. Clique aqui para ver alguns exemplos.
O importante é que você cuide do estresse do dia a dia, levando uma vida mais tranquila.
Esse é um fator de proteção não só contra o ataque cardíaco, mas uma série de outros problemas. Pense nisso!
E Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
- Faresjö, T., Strömberg, S., Jones, M. et al. Elevated levels of cortisol in hair precede acute myocardial infarction. Sci Rep 10, 22456 (2020). DOI: 10.1038/s41598-020-80559-9.
- Yang, Fan, et al. “A GABAergic neural circuit in the ventromedial hypothalamus mediates chronic stress-induced bone loss.” The Journal of Clinical Investigation (2020).
- Catherine Monk et al. Maternal prenatal stress phenotypes associate with fetal neurodevelopment and birth outcomes. Proceedings of the National Academy of Sciences Oct 2019, 201905890.