Afinal, o Estresse Aumenta o seu Apetite?

Talvez você tenha ouvido de algumas pessoas que o estresse as faz comer demais.

E comer demais – principalmente alimentos pouco saudáveis – tem como consequência o sobrepeso, a obesidade e as doenças relacionadas a ela.

Isso vale para diabetes, problemas cardíacos e circulatórios… A lista é grande!

Mas será que o estresse do nosso dia a dia pode aumentar o nosso apetite pelas comidas erradas?

Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine, nos Estados Unidos, foram direto ao ponto:

Eles fizeram testes com alguns voluntários que, primeiro, passavam por uma avaliação de estresse.

Depois, eram submetidos a uma ressonância magnética funcional, que avaliava a reação do seu cérebro quando eles viam num quadro negro os nomes de alimentos saborosos (além de serem instruídos a pensarem no cheiro e no sabor das guloseimas).

Também foi perguntado se eles queriam comer os alimentos, e se achavam que deveriam ou não comê-los, para ver como abordavam a tomada de decisão sobre a comida.

Um detalhe importante: esses participantes eram divididos entre magros e obesos, para checar se havia uma resposta diferente no cérebro dos indivíduos.

O que o estudo mostrou

Resumindo o dado mais importante: sim, o estresse tinha uma influência real não apenas no apetite, mas também na área do cérebro que controla o desejo de recompensa – no caso, de comer os alimentos pouco saudáveis.

Conforme explica a Dra. Susan Carnell, professora associada de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade Johns Hopkins:

“Os experimentos mostraram que adultos obesos e magros diferem um pouco em suas respostas cerebrais, com adultos obesos mostrando menos ativação de regiões de controle cognitivo para palavras de alimentos, especialmente para alimentos de alto teor calórico, como, por exemplo, queijo grelhado”.

Além disso, os testes mostraram que as pessoas magras levavam vantagem mesmo com níveis mais altos de estresse.

Eles tinham menor ativação do córtex pré-frontal dorsolateral, uma área cerebral chave para o controle cognitivo.

Cuidando do seu estresse

Bom, agora que já sabemos que de fato o estresse pode ser um fator que aumenta o seu desejo por alimentos menos saudáveis (e te deixa com menos controle na hora de escolher o que comer), uma coisa é certa…

Precisamos diminuir o estresse! E existem várias formas de fazer isso. Algumas delas eu já comentei por aqui, como:

Meditação

Várias pesquisas mostram que essas técnicas reduzem bastante o estresse.

Em uma delas, pessoas que meditaram por 6 meses tiveram uma diminuição de 25% nos níveis de estresse!

Contato com a natureza

Passar um tempo ao ar livre, em meio à natureza, é ótimo para aniquilar seu estresse.

Estudos já mostraram que apenas os odores naturais das plantas (o famoso “cheirinho de mato”) podem já reduzir seu estresse.

O segredo são os óleos essenciais, naturalmente expelidos nesses ambientes.

Até mesmo o simples uso de espaços e muros verdes na cidade foi associado ao relaxamento.

Alimentação natural e saudável

Ela pode ajudar no controle de peso e também no seu estresse!

Em um estudo, os participantes que comiam pelo menos 470 g de vegetais por dia (frutas, verduras e legumes) eram cerca de 10% menos estressados do que os que comiam menos de 230 g.

Atividade física

Não poderia ficar de fora dessa lista, concorda?

Quando você se exercita não está apenas cuidando do corpo. Sua mente é beneficiada pela liberação de hormônios que reduzem o estresse.

Então, da próxima vez que alguém falar que essa vontade incontrolável de comer está dentro da sua cabeça… Concorde!

Mas isso não significa que você não pode mudar essa situação para ter uma vida mais saudável.

Cuide do seu estresse e da sua alimentação para ter uma Supersaúde!

Referências bibliográficas:

• Susan Carnell, Leora Benson, Afroditi Papantoni, Liuyi Chen, Yuankai Huo, Zhishun Wang, Bradley S. Peterson, Allan Geliebter. Obesity and acute stress modulate appetite and neural responses in food word reactivity task. PLOS ONE, 2022; 17 (9): e0271915 DOI: 10.1371/journal.pone.0271915.

• Lara M.C. Puhlmann, Pascal Vrtička, Roman Linz, Tobias Stalder, Clemens Kirschbaum, Veronika Engert, Tania Singer. Contemplative Mental Training Reduces Hair Glucocorticoid Levels in a Randomized Clinical Trial. Psychosomatic Medicine, 2021; 83 (8): 894 DOI: 10.1097/PSY.0000000000000970.

• Sarah Hian May Chan, Lin Qiu, Gianluca Esposito, Ky Phong Mai. Vertical greenery buffers against stress: Evidence from psychophysiological responses in virtual reality. Landscape and Urban Planning, 2021; 213: 104127 DOI: 10.1016/J.LANDURBPLAN.2021.104127.

• Simone Radavelli-Bagatini et al. Fruit and vegetable intake is inversely associated with perceived stress across the adult lifespan. Clinical Nutrition, 2021; 40 (5): 2860 DOI: 10.1016/j.clnu.2021.03.043.

• Johns Hopkins Medicine. “Can obesity and stress influence appetite? New study shows it’s all in your head.” ScienceDaily. ScienceDaily, 19 October 2022.

• Being surrounded by green space in childhood may improve mental health of adults. Eurekalert.org. 25 feb. 2019.

< Artigo AnteriorPróximo Artigo >