Atualmente, as pessoas, especialmente as mais jovens, lançam mão de medicações antidepressivas assim que sentem-se um pouco tristes por qualquer motivo. Milhões de pessoas estão tomando estes medicamentos neste momento. Com isso, as verdadeiras causas de depressão ficam ignoradas.
Por quê?
Muitos, especialmente as pessoas mais idosas, tendem a aguentar firme sem medicações, inibindo a verdadeira depressão, pois sabem que a vida tem altos e baixos e que as nuvens pretas passarão mais cedo ou mais tarde.
Mas é aí que mora o perigo da depressão REAL.
As nuvens pretas não passam, a situação não melhora, e aí você se coloca em risco para outras condições, porque a depressão REAL pode causar inflamação silenciosa pelo corpo todo. Ela pode comprometer o sono, que é crítico para a saúde geral, e aumentar o seu risco para doenças cardiovasculares, como o infarto, o derrame e outras.
Além disso, é sabido que a depressão pode encurtar os seus telômeros, a parte do DNA que determina a validade do seu corpo, pois quanto menores forem os seus telômeros, mais alto fica o seu risco de doença e morte.
Então, quando você estiver em depressão REAL, não tente aguentar firme, você precisa de ajuda! Mas sem se encher de drogas químicas, e sim com soluções que atacam a causa do problema: deficiências nutricionais, correção de neurotransmissores e melhora da sua resposta ao estresse.
Essas situações de depressão podem ser causadas por apenas um destes problemas ou até a somatória desses.
Drogas químicas são adequadas só em situações agudas para retirar as pessoas da crise.
Recomendações nutricionais para combater a depressão
1 – Dieta com redução de açúcar
Esta é uma ferramenta importantíssima na estratégia antidepressiva. O açúcar altera a sua ecologia intestinal,desencadeando inflamação crônica e depressão.
Além disso, o consumo excessivo de açúcar leva ao aumento dos níveis de insulina, o que causa um impacto prejudicial sobre o seu humor e saúde mental.
Como consequência, há aumento de secreção de glutamato a nível cerebral, que promove agitação, depressão, raiva, ansiedade e ataques de pânico.
Outro fator desfavorável é que o açúcar suprime o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) que promove neurônios cerebrais saudáveis, que já se encontram reduzidos na depressão.
Os níveis de BDNF são criticamente baixos tanto como na esquizofrenia, e o que os modelos animais sugerem pode ser realmente causativo.
2 – Probióticos
Quando em desequilíbrio de ecologia intestinal, há uma diminuição de produção de serotonina, pois 90% dela é produzida no intestino e só 10% no cérebro.
Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum são fundamentais nessa produção.
Lactobacillus rhamnosus tem um efeito marcante nos níveis de GABA em certas regiões cerebrais e diminui o hormônio corticosterona induzido pelo estresse, resultando em um comportamento reduzido de ansiedade e depressão.
Portanto, limite açúcares, frutose, grãos, alimentos refinados industrializados, que alimentam bactérias patogênicas em seu intestino, e também alimentos transgênicos, que comprometem a flora intestinal.
3 – Vitamina B12 e Metilfolato
Esses nutrientes são críticos no suporte ao cérebro, melhorando humor, a memória, apatia e mais.
A deficiência de vitamina B12 também contribui para a depressão e afeta cerca de 1 em cada 4 pessoas. Sua reposição diminui os sintomas e é incrivelmente segura.
4 – 5-HTP
A 5-HTP é um precursor da serotonina, um neurotransmissor que frequentemente desaparece nas pessoas deprimidas.
Sua suplementação faz com que o corpo produza mais serotonina, ao contrário das drogas químicas que tentam enganar a serotonina que você tem e fazê-la permanecer mais tempo em atividade.
E, além de melhorar o seu humor, a 5-HTP é uma arma eficaz contra a ansiedade e os ataques de pânico. Ela pode até melhorar o seu sono, com uma diferença: sem os riscos clássicos das medicações.
5 – Tirosina
A tirosina é um aminoácido que auxilia o cérebro a produzir um neurotransmissor diferente: a norepinefrina, que melhora a sua motivação e combate a apatia.
Os estudos mostram que a tirosina pode reduzir os seus escores de depressão pela metade em menos de um mês, mas para muitas pessoas as melhoras podem surgir logo no inicio da sua suplementação.
6 – Vitamina D
Sua deficiência predispõe à depressão, e a sua suplementação melhora os sintomas.
Segundo estudos, idosos com depressão tinham níveis de vitamina D 14% inferiores aos que não estavam deprimidos. Aqui, aqueles com níveis de vitamina D abaixo de 20 ng / ml tinham um risco aumentado de 85% de depressão, em comparação com aqueles com níveis acima de 30 ng / ml.
Com base na avaliação de populações saudáveis que recebem muita exposição natural ao sol, o intervalo ótimo para a saúde física e mental geral parece estar entre 50 e 70 ng / ml.
Então, se você está deprimido, peça ao seu médico para checar o seu nível de vitaminas. Lembre-se que, em caso de suplementação, é aconselhável tomar vitamina K2, magnésio e cálcio, pois esses nutrientes trabalham em conjunto.
7 – Ômega 3
Os estudos mostram que os ácidos graxos essenciais ômega-3 estão implicados positivamente no tratamento de transtornos depressivos, promovendo bons níveis de serotonina e dopamina (que desempenham um papel nos sentimentos de prazer).
Baixas concentrações plasmáticas de DHA (um tipo de gordura ômega-3) estão associadas a níveis reduzidos de serotonina cerebral, que estão ligadas a depressão e suicídio.
A deficiência de ômega-3 também causa uma redução de 35% nos níveis de fosfatidilserina cerebral (PS), que tem atividade antidepressiva em seres humanos.
E é sempre bom lembrar: antes de qualquer decisão converse com o seu médico. Ele saberá o melhor para o seu caso!
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